A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou, na noite de ontem (26), seu balanço referente ao quarto trimestre do ano passado.
A companhia reportou prejuízo de R$17,04 bilhões, revertendo lucro registrado no mesmo período de 2023.
De acordo com comunicado, o resultado foi impactado, principalmente, pela desvalorização cambial, evento de natureza contábil, maiores provisões nas despesas operacionais, o que não tem efeito caixa, e foram compensados parcialmente por menor IR/CSLL.
Caso esses efeitos fossem desconsiderados, a companhia teria lucro de R$17,7 bilhões.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 38,7% em um ano, para R$40,96 bilhões.
Já sua receita líquida registrou queda de 9,7% no comparativo anual, para R$121,268 bilhões.
Por outro lado, suas despesas operacionais avançaram 31,9% em comparação ao quarto trimestre de 2023, para R$43,081 milhões.
Com isso, o fluxo de caixa livre recuou 35,7% no comparativo anual, para R$21,703 bilhões, com sua dívida liquida crescendo 16,9%, para US$54,420 bilhões.
No ano, os investimentos da companhia cresceram 31% em comparação a 2023, totalizando US$16,6 bilhões.
Para 2025, a companhia reafirmou seu guidance de gasto de capital (Capex, na sigla em inglês) em US$18,5 bilhões, podendo variar em 10% para mais ou para menos.
Para o Safra, o resultado foi negativo, destacando que o lucro da companhia veio abaixo do esperado tanto por seus analistas quanto pelo mercado.
Apesar disso, eles acreditam que o grande destaque negativo ficou para o Capex, que “superou o guidance para o ano (que foi revisado em agosto) e pode criar ruído e aumentar a percepção de risco por alguns players”.
O time de análises da Genial partilha da mesma visão e também destaca a questão dos gastos de capital.
Sendo assim, os analistas Vitor Sousa e Ricardo Bello, que assinam a publicação, mantiveram recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$48,00, com potencial de ganho de 26,48%.
Já para a XP, o resultado foi “ruim, mas não tão ruim”.
“O 4T24 da Petrobras é um desses resultados que deixarão uma impressão nos participantes do mercado por algum tempo. Em muitas de nossas conversas recentes com investidores antes dos resultados, a PBR parecia ser um consenso próximo, dado o forte impulso da empresa, a geração de fluxo de caixa livre e a distribuição de dividendos”, afirmaram os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, que assinam a publicação.
“As altas expectativas provavelmente prepararam o terreno para a decepção. A demonstração de resultados ficou abaixo de nossas estimativas, mas a maior decepção foi o fluxo de caixa livre e os dividendos, com o capex mais alto do que o esperado, que certamente gerará controvérsias”.
Para a dupla, apesar de “não tão ruim”, eles acreditam que “levará alguns trimestres melhores de geração sólida de fluxo de caixa para remediar a decepção”.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações (PETR4), com preço-alvo de R$46,00, com potencial de ganho de 21,21% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$37,95.