Quando montamos uma carteira de investimentos escolhes diferentes classes de ativos com objetivo de diversificar o risco. Mas que tipo de risco conseguimos diversificar e que tipo não conseguimos? O termo risco sistemático e não sistemático pode não ser muito intuitivo, vamos então analisar seu significado.
Risco não-sistemático (ou risco diversificável)
Vamos supor que uma nova empresa desenvolveu um produto que até o momento não possui concorrentes, sendo um exemplar único. Naturalmente, com o tempo outras empresas vão tentar desenvolver produtos iguais ou melhores com objetivo de aproveitar esse novo mercado consumidor que surgiu.
Nós como investidores desejamos ter participação nessa empresa inovadora que lançou o produto, mas uma decisão racional é pensar “e se aparecer uma outra empresa capaz de entregar o mesmo item ou melhor como fica nosso investimento?”. Dessa forma, ter outro investimento em outro setor ajuda a reduzir o risco.
Assim, caso esse primeiro investimento apresentar um resultado inferior ao esperado podemos compensar com outros investimentos de setores e segmentos diferentes, que podem trazer retorno. Dessa forma conseguimos estar preparados para diversos cenários diferentes, até mesmo os mais adversos, quando ocorrem em um único setor/empresa.
A nossa vida como investidor seria mais simples se somente existisse esse tipo de risco, já que bastaria uma carteira com uma boa quantidade de ativos, setores e não teríamos grandes preocupações. Mas ainda temos o risco sistemático (ou não diversificável). Esse não conseguimos nos livrar, não importa se nossa carteira seja de 10 ou 1.000 ativos vamos sempre sofrer com ele.
Risco sistemático (ou risco não diversificável)
Risco sistemático (ou não diversificável) é aquele que afeta todo o mercado, ou seja, todos os setores e não existe nenhum método que possa proteger 100% disso. No passado recente podemos pensar o caso da COVID como esse risco, foi algo que afetou todos os setores e ativos.
Esse exemplo é apenas um de muitos onde não conseguimos uma proteção / diversificação que consiga nos proteger de uma queda significativa, por isso são eventos assim que chamamos de evento de cauda / risco de cauda. São situações com baixa probabilidade, porém elevado impacto.
Talvez um cenário que no passado foi mais alarmante, o começo do conflito entre Rússia e Ucrania, e no momento não está sendo foco de preocupações possa se transformar numa guerra de grandes proporções.E como poderíamos estar preparados para uma situação assim? No passado observamos que eventos desse tipo são extremos e afetam profundamente a economia de uma nação.
Quando pensamos em comprar bens ou ativos estamos trocando papel moeda, dinheiro, por itens. Mas o que garante que um pedaço de pão, carne, água, ou qualquer bem possui um valor determinado? O papel do dinheiro é de facilitar o comércio/troca, porém de forma subjetiva o dinheiro, seja ele qual for,representa um valor. Se aceitamos certa moeda é porque acreditamos que existe valor e algo ou alguém garante esse valor.
No passado, países usaram ouro para lastrear e garantir o valor de suas moedas, com o tempo esse padrão foi abandonado. Porém, com as sanções implementadas contra a Rússia os países perceberam que precisam de uma proteção, não podem apenas ter suas reservas de forma virtual sem algo físico. Assim, novamente o ouro se apresentou como sendo um ativo capaz de entregar essa proteção.
Mas para pessoas comuns como nós, comprar e armazenar ouro não é uma tarefa fácilainda mais em um momento que sua preocupação seja estar protegido ou tendo que se movimentar/fugir de uma região.Imagine uma situação que seja necessário abandonar sua casa sem uma preparação, o que levar? O que salvar? O que tem valor?Mesmo que tenha ouro para usar como troca seria fácil transportar ele?Olhando para os ativos atuais no mercado uma opção que pode ser uma reserva de valor e que não dependa de nenhuma nação são as cripto moedas, o Bitcoin sendo o mais usado. Inclusive é possível utilizar um tipo de pen-drive onde pode armazenar esses ativos o que seria muito mais fácil de colocar em seu bolso e levar.
Inúmeras transações já aceitam essa opção por ser considerado uma negociação mais segura ou mesmo não dependendo de nenhumanação para gerar seu valor. A possibilidade de ter uma forma mais rápida e segura de transferir sua riqueza pode ser uma opçãomais viável para reserva de valor de uma pessoa física do que barras de ouro.
Ainda não vivenciamos uma situação extrema onde podemos testar essa capacidade e esperamos não precisar, mas quando investimentos precisamos conhecer quais opções existem e pensar em eventos considerados de cauda ajudam a estar preparado para tomar melhores decisões o que pode significar conseguir ou não proteger sua riqueza.
No momento de estruturar seus investimentos contar com uma ajuda profissional pode ser o diferencial sobre o que considerar, quais riscos correr e quais evitar. Seus investimentos são vivos não basta olhar uma única vez é necessário acompanhar ver se estão seguindo o caminho esperado ou se ajustes são necessários. Para isso conte com a nossa experiência e orientação.