Mercados fecham mistos com Trump e treasuries caem com FED; Ibovespa recua

Resumo do mercado de hoje

Os mercados fecharam a quarta-feira (8) de forma mista, com os investidores ainda repercutindo as declarações dadas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ontem.

Na Ásia e na região do Pacífico, o dia não teve viés, com destaque para o recuo do Nikkei 225, do Japão, que devolveu parte dos ganhos de ontem, voltando a perder os 40 mil pontos.

Na Europa, a sessão foi majoritariamente negativa, em sessão marcada pela divulgação de dados de segundo escalão, que pouco impactaram nos mercados por lá.

Já em Wall Street, ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (FED) ajudou a aliviar a pressão ocasionada pelas falas de Trump nos três principais índices do país, fazendo-os fechar praticamente estáveis.

Isso porque, na visão do mercado e dos especialistas, o documento não trouxe novidades, apenas reforçando a perspectiva de que o FED deverá ser mais cauteloso na condução de sua política monetária.

Inclusive, ainda que os investidores sigam projetando apenas um corte nos juros do país neste ano, uma pequena parcela deles passou a apostar que, na verdade, deverão ser dois cortes de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), e não apenas um.

Outro fator que ajudou a fortalecer essa pequena mudança de perspectiva foi o relatório de empregos do setor privado de Dezembro, divulgado pela ADP, que apresentou desempenho abaixo do esperado no mês.

🌍 Europa:

🌏 Ásia e Pacífico:

Treasuries caem e curva de juros brasileira sobe novamente

No mercado de renda fixa, o rendimento das treasuries, que também subiam por conta dos comentários feitos por Trump ontem, passaram a cair do meio para o final da sessão com a ata do FOMC, encerrando o dia em queda ao longo de praticamente todo o dia.

Já por aqui, o alívio não foi tão grande, com os contratos de juros futuros fechando em alta, porém devolvendo parte dos ganhos auferidos durante esta quarta.

Dólar fecha estável perante o real

O dólar fechou o dia praticamente estável perante o real, devolvendo todos os ganhos vistos mais cedos.

Lá fora, apesar de devolver parte do avanço do dia, a moeda norte-americana encerrou o dia em alta perante todos os pares acompanhados.

Commodities fecham mistas, de olho em Trump

As commodities fecharam o dia de forma mista.

O petróleo recuou com o receio dos investidores com um possível repique da inflação nos Estados Unidos e pelos comentários de Trump sobre as perspectivas para a política externa dos Estados Unidos durante seu governo.

Por outro lado, o receio com essas questões levaram o ouro a subir novamente, puxado pelas incertezas do mercado.

Ibovespa cai com mal humor externo

O Ibovespa fechou o dia em queda sólida, perdendo os 120 mil pontos.

O movimento acompanhou o mal humor externo, com o índice não apresentando melhoras após a ata do FOMC.

Os setores da bolsa de valores brasileira também recuaram, com destaque para o imobiliário (IMOB).

Petrobras e Vale caem novamente

Os papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam o dia em queda com a aversão ao risco global e as quedas do minério de ferro e do barril de petróleo, respectivamente.

Em dia de 8 altas, Carrefour despenca mais de 12%

Dentre as ações que compõem o Ibovespa, apenas oito delas subiram, com o destaque ficando para as do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que avançou pouco mais de 1%, seguidas pelas da São Martinho (SMTO3) e da Marfrig (MRFG3), que registraram alta de quase 1%.

Na ponta contrária, os papéis do Carrefour (CRFB3) despencaram mais de 12% na sessão, pressionados pelo avanço da curva de juros brasileira.

Completam o trio as ações da CSN (CSNA3), que caíram 7% por conta do recuo do minério de ferro, e da Magazine Luiza (MGLU3), também pressionada pela alta dos contratos de juros futuros.