Sem treasuries, mercados sobem; Ibovespa acompanha

Resumo do mercado de hoje

Os mercados encerraram a segunda-feira (14) em alta, em dia marcado pela repercussão do fim de semana movimentado na China.

O país divulgou seus dados de inflação referentes a Setembro, que apresentaram desempenho abaixo do esperado.

Além disso, suas exportações e importações também cresceram menos que o esperado no mês passado.

O desempenho abaixo do esperado da economia chinesa acabou perdendo espaço depois que o ministro das Finanças do país anunciou um pacote de estímulo fiscal, com a emissão de mais de US$325 bilhões em títulos especiais até o final do ano na tentativa de conseguir atingir a meta de crescimento deste ano, que é de 5%.

Além disso, ele também prometeu novos estímulos a serem anunciados em breve, mas não deu qualquer indicação de quais poderiam ser.

Com a notícia, os mercados da Ásia e da região do Pacífico encerraram o dia majoritariamente positivos, em sessão marcada por liquidez reduzida, ocasionada por um feriado no Japão que manteve o Nikkei 225 fechado.

Na Europa, grande parceira comercial do país, o dia também foi positivo.

Destaque para o francês CAC 40, que fechou em alta mesmo depois da Fitch rebaixar a perspectiva da nota de crédito ‘AA-‘ do país para ‘Negativa’.

Da mesma maneira, Wall Street também subiu, dando continuidade ao bom humor da sexta-feira. Destaque para o Dow Jones, que encerrou o dia pela primeira vez em sua história acima dos 43 mil pontos, e para o S&P 500, que renovou sua máxima histórica novamente.

O otimismo foi respaldado pela manutenção do discurso de Neel Kashkari, presidente do FED de Minneapolis, e do diretor da autoridade monetária, Christopher Waller, que seguem defendendo cortes graduais na taxa de juros do país.

🌎 Estados Unidos:

🌍 Europa:

🌏 Ásia e Pacífico:

Sem Treasuries, curva de juros brasileira cai

Ainda que Wall Street tenha permanecido aberta nesta segunda, o mercado de treasuries ficou fechado por conta do feriado de Columbus Day nos Estados Unidos.

A falta de direcionamento dos títulos públicos norte-americanos acabou fazendo com que os investidores focassem sua atenção no mercado doméstico, com destaque para a participação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento do Itaú BBA.

A boa postura de ambos atrelada à notícia dada pela Reuters de que o governo prepara medidas de contenção de gastos que serão anunciadas depois das eleições municipais fez com que a curva de juros brasileira encerrasse o dia em queda.

Dólar cai, na contramão do mundo

O dólar fechou o dia em queda perante o real, com os investidores repercutindo a participação de Haddad e Galípolo no evento do Itaú BBA e com a notícia de que o governo planeja anunciar um corte de gastos em breve.

O movimento foi na contramão do mundo, com a moeda norte-americana subindo diante de todos os pares acompanhados, puxada pelos comentários dos integrantes do FED.

Com isso, o Índice Dólar voltou aos 103 pontos.

Commodities caem

As commodities encerraram o dia majoritariamente em queda, pressionadas pelo avanço do dólar em escala global.

A exceção ficou para o minério de ferro, que subiu em Dalian, na China, puxado pelo pacote de estímulos anunciado pelo país.

Ibovespa cai com fiscal

O bom humor externo atrelado às notícias domésticas fez o Ibovespa encerrar o dia em alta, retomando os 131 mil pontos.

Todos os índices setoriais da bolsa de valores brasileira subiram, com destaque para aqueles voltados à economia interna, que aproveitaram o alívio na curva de juros para recuperar as perdas da sessão anterior.

Petrobras fecha mista e Vale cai

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam o dia de forma mista, com as ações preferenciais da companhia subindo enquanto as ordinárias caíram.

Pela manhã, elas operavam em queda, acompanhando o recuo do barril de petróleo.

No meio da tarde, porém, elas passaram a ganhar forças, respaldadas pelas declarações da diretoria da companhia sobre o plano estratégico para os próximos anos que, de acordo com a presidente da estatal, Magda Chambriard, não será nem o dobro nem a metade do anterior.

Já os papéis da Vale (VALE3) fecharam em queda, apesar do avanço do minério de ferro no mercado internacional.

Assaí sobe mais de 6% e petrolíferas são destaque negativo

Dentre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque ficou para as do Assaí (ASAI3), que subiram mais de 6% depois da Receita Federal cancelar o bloqueio de R$1,265 bilhão da companhia, anunciado alguns dias atrás.

Além delas, completam o trio os papéis da LWSA (LWSA3), que registraram alta de mais de 5%, e da Marfrig (MRFG3), que avançaram mais de 3%.

Na ponta contrária, as ações da Prio (PRIO3) caíram quase 2%, seguidas pelas da PetroReconcavo (RECV3), que caíram mais de 1%, e pelas da Brava Energia (BRAV3), com todas acompanhando o recuo do barril de petróleo no mercado internacional.