Resumo do mercado de hoje
Os mercados fecharam a quarta-feira (18) de forma mista, com os investidores de olho na decisão de política monetária do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos.
A taxa de juros norte-americana foi cortada em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), para o intervalo entre 4,25%-4,50% ao ano, porém a indicação é que o ritmo de cortes, à partir de agora, deve diminuir.
Com isso, Wall Street, que operava no positivo antes do anúncio, virou e fechou em queda sólida, pressionado pela perspectiva de que o FED só deve cortar os juros uma vez no ano que vem.
Destaque para o Nasdaq, que despencou mais de 3%, enquanto o S&P 500 VIX, considerado o “índice do medo de Wall Street”, disparou 74%.
Por outro lado, os mercados da Europa e da Ásia/Pacífico fecharam o dia no positivo, na expectativa de que a autoridade monetária norte-americana daria uma indicação mais leve, projetando dois cortes em 2025.
Na agenda, destaque para a inflação do Reino Unido referente a Novembro, que subiu, atingindo seu maior patamar desde Março, mas dividiu as opiniões dos especialistas.
🇺🇸 Dow Jones: 42.326,87 (-2,58%)
🇺🇸 S&P VIX: 27,62 (+74,04%)
🌍 Europa:
🌏 Ásia e Pacífico:
Treasuries e curva de juros brasileira sobem
No mercado de renda fixa, os rendimentos dos títulos públicos dos Estados Unidos fecharam em alta sólida ao longo de toda a curva, também impactados pela perspectiva de menos corte nos juros norte-americanos no ano que vem.
Por aqui, o movimento acabou impulsionando os contratos de juros futuros brasileiros, que já subiam antes do anúncio do FED por conta das incertezas fiscais que tomam conta do mercado, apesar da aprovação dos primeiros três projetos do pacote fiscal na Câmara, ontem à noite.
O forte movimento também foi influenciado pelo cancelamento do leilão de títulos de hoje por parte do Tesouro Nacional, de acordo com especialistas ouvidos pela Investir Seguro.
🇺🇸 Treasuries:
1 ano: 4,302% (+1,20%)
2 anos: 4,346% (+2,48%)
5 anos 4,392% (+3,40%)
10 anos: 4,504% (+2,88%)
30 anos: 4,665% (+1,89%)
🇧🇷 Contratos de Juros Futuros:
Janeiro/26: 15,385% (+1,79%)
Janeiro/27: 15,840% (+2,79%)
Janeiro/29: 15,540% (+3,26%)
Janeiro/31: 15,210% (+3,40%)
Janeiro/33: 14,940% (+3,39%)
Dólar renova máxima com exterior e fiscal
O dólar fechou o dia em forte alta, renovando sua máxima histórica, puxado tanto pelo exterior quanto pelos receios com a situação fiscal do país.
Lá fora, a moeda norte-americana teve sessão positiva, com destaque para o avanço diante dos emergentes, após o FED indicar que deve reduzir o ritmo de cortes nos juros norte-americanos.
Com isso, o Índice Dólar superou os 107 pontos novamente, avançando mais de 1%.
Commodities fecham mistas
As commodities fecharam o dia de forma mista, com o petróleo sustentando uma leve alta enquanto o ouro e a prata caíram com o avanço dos rendimentos das treasuries.
Mais cedo, o minério de ferro recuou de forma sólida em Dalian, na China, com os investidores cautelosos com as perspectivas para a economia chinesa.
🌎 Com. Ind.: 97,2021 (-0,39%)
🪨 Min Ferro: US$106,79 (-2,60%)
🛢️ WTI: US$70,02 (+0,53%)
🛢️ Brent: US$73,39 (+0,27%)
🥇 Ouro: US$2.653,30 (-0,32%)
🥈 Prata: US$29,875 (-3,38%)
Ibovespa despenca e perde os 121 mil pontos
O Ibovespa despencou mais de 3% nesta quarta-feira, perdendo os 121 mil pontos.
O principal índice acionário do país já operava em queda sólida com os investidores receosos com a situação fiscal brasileira, mas intensificou suas perdas com a virada vista em Wall Street do meio para o final da sessão.
O dia foi negativo, também, para todos os índices setoriais daqui, com destaque para aqueles voltados à economia interna, que foram novamente pressionados pela disparada dos contratos de juros futuros.
🇧🇷 Ibovespa: 120.771,88 (-3,15%)
🇧🇷 Ibovespa Futuro: 123.115 (-2,96%)
🛍️ Consumo (ICON): 2.452,19 (-4,33%)
🏗️ Imobiliário (IMOB): 765,23 (-3,69%)
💡 Elétrico (IEEX): 78.065,62 (-3,16%)
🏭 Industrial (INDX): 26.943,06 (-2,91%)
💰 Financeiro (IFNC): 11.736,58 (-3,14%)
🧱 Mat. Básicos (IMAT): 5.680,97 (-3,02%)
Petrobras e Vale caem
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e da Vale (VALE3) fecharam o dia em queda, acompanhando o mal humor do mercado doméstico e o petróleo e o minério de ferro, respectivamente.
Vale (VALE3): R$54,81 (-2,32%)
Apenas duas ações sobem em dia de tombo de 17% da CVC
Dentre as ações que compõem o Ibovespa, apenas duas fecharam o dia em alta. São elas as da Marfrig (MRFG3) e da MRV (MRVE3), com ambas avançando mais de 1%
Na ponta contrária, o destaque ficou para o tombo dos papéis da CVC (CVCB3), que caíram mais de 17% na sessão, seguidos pelos da Azul (AZUL4), que recuaram mais de 11% pressionadas pela taxação de viagens aéreas internacionais, aprovada ontem durante votação da Reforma Tributária, e da CSN (CSNA3), que fecharam em queda de mais de 10%.