Resumo do mercado de hoje
Os mercados fecharam a terça-feira de forma mista, repercutindo os primeiros passos do novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Apesar de ainda não ter implementado novas tarifas a importações, o presidente voltou a afirmar, tanto em seu discurso de posse como durante cerimônia de assinatura de decretos, que deve taxar em breve importações de produtos canadenses e mexicanos em 25%.
Quando questionado sobre uma tarifa universal de importação, Trump disse que ainda não é o momento para discutir o assunto.
Ainda que tenha gerado um certo alívio, já que parte do mercado esperava que algo poderia ser feito já em seu primeiro dia de mandato, as incertezas com relação ao plano econômico do novo governo seguem no radar e acabou pesando sobre alguns dos principais índices globais, com destaque para os europeus.
Por lá, a sessão foi mista, em dia marcado por dados do mercado de trabalho do Reino Unido, que tiveram desempenho misto, com a taxa de desemprego crescendo e, em contrapartida, os salários aumentando mais do que o previsto.
Em Wall Street, a repercussão das falas de Trump atrelada à expectativa pelo resultado da Netflix, que será divulgado após o encerramento da sessão, ajudou os três principais índices norte-americanos a subirem, com o S&P 500 voltando a fechar acima dos 6 mil pontos e o Dow Jones se aproximando dos 44 mil pontos.
Mais cedo, na Ásia e na região do Pacífico, o dia foi majoritariamente positivo, com o alívio momentâneo com possíveis tarifas a serem impostas a produtos chineses, enquanto os investidores ainda aguardam quais serão os próximos passos do novo presidente dos Estados Unidos.
🇺🇸 Dow Jones: 44.026,05 (+1,24%)
🇺🇸 S&P VIX: 15,00 (-5,12%)
🌍 Europa:
🌏 Ásia e Pacífico:
Treasuries recuam e curva de juros brasileira fecha praticamente estável
A ausência de tarifas de importação na lista de decretos assinadas por Trump ontem também repercutiu no mercado de renda fixa, com os rendimentos dos títulos públicos norte-americanos encerrando o dia em queda ao longo de toda a curva.
Isso porque, na visão dos especialistas e do mercado, a implementação de uma série de tarifas ocasionaria um repique da inflação, o que, na melhor das hipóteses, impediria o Federal Reserve (FED), banco central do país, de reduzir a taxa de juros norte-americana.
Já por aqui, os contratos de juros futuros fecharam praticamente estáveis, com os vencimentos de curto e médio prazos em leve alta, enquanto os de longo prazo registraram uma pequena queda.
🇺🇸 Treasuries:
1 ano: 4,201% (-0,19%)
2 anos: 4,270% (-0,05%)
5 anos 4,383% (-0,72%)
10 anos: 4,563% (-1,04%)
30 anos: 4,791% (-1,11%)
🇧🇷 Contratos de Juros Futuros:
Janeiro/26: 14,925% (0,00%)
Janeiro/27: 15,155% (+0,17%)
Janeiro/29: 15,020% (+0,03%)
Janeiro/31: 15,000% (-0,20%)
Janeiro/33: 14,940% (-0,20%)
Dólar cai com exterior
A ausência de tarifas dentre os decretos assinados pelo presidente norte-americano ontem também pesou no dólar, que encerrou o dia em queda diante da grande maioria dos pares acompanhados, incluindo o real.
A moeda avançou apenas diante do dólar canadense, motivo pelo qual o Índice Dólar permaneceu praticamente estável na sessão, e do peso mexicano, com os investidores repercutindo a promessa de Trump de taxar os produtos de ambos os países em breve.
Commodities fecham mistas
As commodities tiveram sessão mista nesta terça-feira.
O ouro e a prata avançaram, puxadas tanto pela queda nos rendimentos das treasuries quanto pelas incertezas relacionadas ao governo Trump.
No campo geopolítico, o novo presidente dos Estados Unidos voltou a reafirmar que irá tomar de volta o Canal do Panamá e que irá anexar a Groenlândia, o que acabou gerando incertezas sobre a forma como o país irá conduzir suas relações com o resto do mundo.
Por outro lado, o petróleo encerrou o dia em queda sólida, pressionado pela decretação de emergência energética nos Estados Unidos, o que deve agilizar investimentos na exploração da commodity no país, aumentando, assim, a sua oferta.
Mais cedo, o minério de ferro engatou mais uma sessão positiva em Dalian, na China, puxado pelo alívio com os primeiros passos do novo governo do republicano.
🌎 Com. Ind.: 103,4322 (-0,25%)
🪨 Min Ferro: US$110,45 (+0,56%)
🛢️ WTI: US$75,83 (-2,01%)
🛢️ Brent: US$79,29 (-1,17%)
🥇 Ouro: US$2.759,20 (+0,38%)
🥈 Prata: US$31,505 (+1,17%)
Ibovespa sobe novamente
Aliviados com o início mais tranquilo do que o esperado do governo Trump, os investidores foram às compras, fazendo o Ibovespa fechar o dia em alta, retomando os 123 mil pontos.
O dia foi positivo, também, para todos os setores da bolsa de valores brasileira, com destaque para o de materiais básicos (IMAT), puxado pela alta do minério de ferro em Dalian.
🇧🇷 Ibovespa: 123.338,34 (+0,39%)
🇧🇷 Ibovespa Futuro: 124.095 (+0,34%)
🛍️ Consumo (ICON): 2.402,17 (+0,11%)
🏗️ Imobiliário (IMOB): 777,75 (+0,74%)
💡 Elétrico (IEEX): 77.794,71 (+0,43%)
🏭 Industrial (INDX): 26.046,09 (+0,66%)
💰 Financeiro (IFNC): 12.454,28 (+0,44%)
🧱 Mat. Básicos (IMAT): 5.501,73 (+1,05%)
Petrobras fecha mista e Vale cai
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) encerraram o dia de forma mista, com as ordinárias recuando quase 1% enquanto as preferenciais terminaram o dia praticamente estáveis, com leve viés positivo.
Já os papéis da Vale (VALE3) recuaram mesmo com o avanço do minério de ferro na China, pressionada pelos rumores de que o governo tenta fazer com que a companhia compre a mineradora Bamin.
Vale (VALE3): R$54,02 (-0,50%)
Usiminas sobe mais de 5% e BRF cai mais de 6%
Dentre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque ficou para as da Usiminas (USIM5), que fecharam o dia em alta de mais de 5%, puxadas pelo avanço do minério de ferro em Dalian.
Completam o trio os papéis da Brava (BRAV3), que avançaram mais de 4%, recuperando parte das perdas de ontem, e da Braskem (BRKM5), que subiram mais de 3% e engataram mais um dia de destaque, influenciadas pela notícia de que a companhia irá investir R$614 milhões em sete projetos, divulgada na semana passada.
Na ponta contrária, o destaque ficou para as ações da BRF (BRFS3), que caíram mais de 6%, seguidas pelas da Marfrig (MRFG3), que recuaram em torno de 4%, com ambas sendo pressionadas pelos casos de gripe aviária que foram detectados nos principais estados produtores dos Estados Unidos.
Completam o trio os papéis da Raízen (RAIZ4), que caíram mais de 3%, depois que o Santander reduziu o seu preço-alvo de R$2,90 para R$2,40, mantendo recomendação “Neutra”.