
Balanços salvam semana de “confirmação” de cortes na taxa de juros dos EUA só em Maio
A semana que se encerrou na última sexta-feira foi marcada pela “confirmação” de que o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, não deve mesmo cortar os juros em Março.
Isso foi dito, inclusive, pelo próprio presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, em coletiva de imprensa concedida após o anúncio de manutenção da taxa de juros do país.
Além disso, de forma surpreendente, o mercado de trabalho norte-americano voltou a registrar forte geração de empregos em Janeiro.
O Payroll indicou 353 mil novos postos gerados no mês, enquanto o número de vagas disponíveis no país voltou a subir, superando os 9 milhões.
Além disso, os salários também apresentaram alta superior ao esperado.
Esse cenário deve gerar, na visão dos especialistas, incertezas com relação à trajetória da inflação, já que um mercado de trabalho apertado e uma elevação dos salários aumenta o apetite de consumo da população.
Na Europa, a inflação da Zona do Euro desacelerou menos do que o previsto em Janeiro, de acordo com os dados preliminares, e também afastou a possibilidade de um corte nos juros do bloco em um futuro próximo.
Enquanto isso, no Reino Unido, a divisão dos integrantes do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) intensificou ainda mais os debates em torno de uma possível redução na taxa de juros britânica já nas próximas reuniões.
Já na China, a performance dos PMIs de Janeiro mantiveram as dúvidas com relação às perspectivas econômicas para o país, mesmo depois do governo chinês anunciar novas medidas para tentar retomar um crescimento sustentável.
Nesse contexto, os mercados tiveram uma semana mista lá fora.
Em Wall Street, os três principais índices norte-americanos subiram, puxados pelos bons resultados das empresas de tecnologia dos Estados Unidos, que fortaleceram o cenário de um pouso suave no país.
No mercado de câmbio, o dólar se valorizou perante os demais pares, com a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos.
Já as commodities sofreram com a perspectiva de que a economia global pode seguir em desaceleração por mais tempo que o previsto, por conta das elevadas taxas de juros das principais economias e das dificuldades enfrentadas pela China.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) e praticamente manteve o discurso do encontro anterior, indicando que esse é o ritmo apropriado.
No mercado, o pedido de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, a falta de um entendimento em torno da questão da reoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais contratam na economia brasileira e a performance negativa das commodities, em especial o petróleo e o minério de ferro, não permitiram que o Ibovespa acompanhasse Wall Street.
O principal índice acionário do país até conseguiu recuperar os 128 mil pontos momentaneamente, mas não sustentou o patamar, voltando a fechar próximo dos 127 mil pontos.
O dólar, por sua vez, avançou perante o real, acompanhando o movimento visto lá fora, e fechou a semana cotado a R$4,96.
Brasil
🇧🇷 Ibovespa: 127.635,65 (-0,35%)
🇺🇸 Dólar: R$4,9683 (+1,17%)
🇪🇺 Euro: R$5,3596 (+0,48%)
Estados Unidos
🇺🇸 Nasdaq: 15.628,95 (+1,12%)
🇺🇸 S&P 500: 4.957,75 (+1,37%)
🇺🇸 Dow J.: 38.654,42 (+1,43%)
Europa
🇬🇧 FTSE 100: 7.615,54 (-0,25%)
🇪🇺 Stoxx 50: 4.655,15 (+0,43%)
🇩🇪 DAX: 16.918,21 (-0,25%)
Ásia & Pacífico
🇯🇵 Nikkei 225: 36.158,02 (+1,14%)
🇨🇳 Shanghai: 2.730,15 (-6,19%)
🇨🇳 SZSE: 8.055,77 (-8,06%)
Dólar
🌎 Índice Dólar: 103,775 (+0,49%)
🇪🇺 Euro: 0,9265 (+0,54%)
🇬🇧 Libra: 0,7912 (+0,50%)
Commodities
🛢️ Brent: US$77,33 (-6,78%)
🪨 Minério: US$132,56 (-5,00%)
🥇 Ouro: US$2.053,65 (+1,75%)

FED mantém juros dos Estados Unidos e afasta possibilidade de cortes em Março
O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros do país inalterada no intervalo entre 5,25% a 5,50% ao ano.
A manutenção dos juros já era tida como um consenso pelos especialistas, que esperavam pelo comunicado que acompanha o anúncio para buscar pistas sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.
O documento foi amplamente alterado em comparação com o da reunião anterior, tendo como principal destaque a retirada da indicação de que a autoridade monetária enxergava a possibilidade de aumentar os juros do país até que a inflação estivesse controlada e no caminho para a sua meta, de 2%.
No entanto, o comunicado também deixou claro que não há planos para uma redução da taxa de juros no curto prazo.
“O Comitê não acredita ser apropriado reduzir o intervalo da meta até que tenha ganhado maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%”, afirma a publicação.

Especialistas se mostram surpresos com fortes dados do mercado de trabalho norte-americano em Janeiro
O Departamento do Trabalho norte-americano publicou, nesta sexta-feira (2), o relatório de geração de empregos não-agrícolas (Payroll) de Janeiro.
Foram gerados 353 mil novos empregos no mês, bem acima dos 187 mil esperados e pouco mais do que os 333 mil registrados (e revisados).
O forte desempenho do mercado de trabalho foi puxado pelo setor de serviços profissionais e empresariais, que somou 74 mil novos postos, seguido por cuidados de saúde (70 mil), comércio (45 mil), governo (36 mil), assistência social (30 mil) e indústria transformadora (23 mil).
Dessa forma, a taxa de desemprego se manteve estável em 3,7%, 0,1 ponto percentual abaixo do previsto pelos especialistas.
A remuneração dos norte-americanos também avançou mais do que o previsto. Em comparação a Dezembro, ela subiu 0,6%, 0,2 ponto percentual acima do registrado no mês anterior e 0,3 ponto percentual acima do projetado.
Em comparação com Janeiro de 2023, a remuneração por hora de trabalho teve alta de 4,5%, 0,2 ponto percentual acima do registrado em Dezembro e 0,4 ponto percentual acima do projetado.
➕ Destaques:
🇺🇸 Número de vagas sobe: o número de vagas de emprego disponíveis nos EUA voltou a crescer em Dezembro, recuperando o patamar de 9 milhões de vagas abertas. O dado é outro forte indício de um mercado de trabalho apertado.
🇪🇺 Inflação decepciona: a inflação da Zona do Euro desacelerou menos que o previsto em Janeiro, o que incendiou ainda mais o debate em torno de quando o Banco Central Europeu (BCE) deve cortar os juros. De forma geral, os especialistas acreditam que o mercado está se antecipando e que isso só deve ocorrer em Junho.
🇪🇺 PIB surpreende: o PIB da Zona do Euro surpreendeu os especialistas e escapou de uma recessão, crescendo 0,1% no quarto trimestre do ano passado. Ainda assim, os especialistas não se empolgaram com o resultado e ainda veem muitas dificuldades pela frente.
🇬🇧 Vai cortar?: o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve os juros do Reino Unido em 5,25%, como era esperado. A surpresa, porém, ficou para um voto de um integrante do comitê por baixar os juros, o que também incendiou o debate sobre quando a autoridade monetária irá iniciar seu ciclo de afrouxamento monetário.
🇧🇷 Copia e cola: o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa Selic em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) e manteve a sua comunicação praticamente inalterada, indicando que o ritmo apropriado para os cortes segue sendo esse.
🇧🇷 Desemprego cai: a taxa de desemprego voltou a cair em Dezembro, passando a 7,4%, mesmo com o país fechando 430 mil vagas no mês, o que surpreendeu os especialistas, que previam um leve crescimento.
🇧🇷 Produção industrial cresce: a produção industrial brasileira também surpreendeu os especialistas em Dezembro, avançando 1,0% no comparativo mensal (ante expectativa de alta de 0,1%) e 1,1% no comparativo anual (ante expectativa de alta de 0,3%).
🔝 Mais lidas da semana:
→ O que os especialistas acharam da possibilidade de fusão da Arezzo com o Grupo Soma?
→ Balanço do Santander desagrada analistas, mas recomendações divergem
→ BTG se mantém otimista e faz três alterações em carteira 10SIM de Fevereiro
→ Santander faz duas alterações na carteira Ibovespa+ para Fevereiro
→ Mirae se mantém conservadora e faz uma alteração em carteira recomendada para Fevereiro
📝 Colunas da Semana:
O que vem pela frente?
A semana tem foco na agenda doméstica, com poquíssimos dados relevantes nos Estados Unidos e na Europa, enquanto a China divulga apenas os dados de inflação na quarta-feira (7).
Em meio a incertezas com relação às perspectivas para a política monetária norte-americana, hoje à noite vai ao ar uma entrevista de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED).
Amanhã saem os PMIs do setor de serviços dos Estados Unidos referentes a Janeiro.
Na terça-feira, o Banco Central brasileiro divulga a ata de sua última reunião de política monetária, realizada na semana passada.
Já na quarta-feira, o BC divulga seu relatório fiscal referente a Dezembro, enquanto, à noite, a China divulga seus dados de inflação de Janeiro.
Fechando a agenda, na quinta é a vez do Brasil conhecer sua inflação oficial do primeiro mês do ano, com a divulgação do IPCA.
📣 Domingo (4): Entrevista de Jerome Powell, presidente do FED 🇺🇲
📅 Segunda (5): PMIs do Setor de Serviços (Jan) 🇺🇲
📅 Terça (6): Ata do Copom 🇧🇷
📅 Quarta (7): Relatório Fiscal (Dez) 🇧🇷
📅 Quarta (7): Vendas no Varejo (Dez) 🇧🇷
📅 Quarta (7): Balança Comercial (Jan) 🇧🇷
📅 Quarta (7): Dados de Inflação (Jan) 🇨🇳
📅 Quinta (8): IPCA (Jan) 🇧🇷
📅 Sexta (9): Crescimento do Setor de Serviços (Dez) 🇧🇷