Mercado projeta início dos cortes do FED em Maio (e não mais em Março) 

A semana que se encerrou na última sexta-feira (19) foi marcada por uma reprecificação das apostas do mercado para o início dos cortes na taxa de juros norte-americana.

Agora, a expectativa é que o Federal Reserve (FED), banco central do país, deve iniciar o afrouxamento monetário na reunião de Maio e não mais em Março.

Além disso, ele também passou a apostar em “apenas” 6 cortes para este ano, com o mercado projetando que a taxa de juros deve encerrar o ano no intervalo entre 3,75% a 4,00%, ante 3,50% a 3,75% no começo da semana.

Essa mudança de perspectiva foi ocasionada por dois fatores: dados econômicos acima do esperado e posições mais duras dos integrantes do comitê de política monetária do FED, chamado FED Boys.

Christopher Waller, diretor da autoridade monetária, afirmou que o FED não deve ter pressa em cortar os juros, enquanto Raphael Bostic, presidente regional do FED de Atlanta, projeta que o ciclo de afrouxamento deve começar em meados do terceiro trimestre deste ano.

Para eles, são necessários mais dados que corroborem com a perspectiva de que a economia está desacelerando e a inflação seguindo rumo à meta.

Enquanto isso, o varejo norte-americano registrou vendas robustas em Dezembro, bem acima do esperado, algo que vai na contramão do que esperam os integrantes do FED.

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Ainda assim, Wall Street conseguiu encerrar a semana no positivo, com o S&P 500, inclusive, renovando sua máxima histórica.

Outro destaque da semana foram os dados econômicos da China.

Ainda que a economia do país tenha superado a meta de crescimento do governo, de 5,0%, ela ficou abaixo do esperado pelos especialistas, que mantém o tom de cautela quando se trata das perspectivas para 2024, principalmente com relação ao setor imobiliário do país.

Em Dezembro, ele voltou a registrar queda nos preços dos imóveis, engatando o sexto mês consecutivo de baixa.

Os especialistas acreditam que não se trata apenas de uma crise de confiança, mas sim de uma mudança econômica mais profunda que demandará mais esforços fiscais e monetários por parte do governo para que ocorra uma retomada.

A cautela adotada pelos especialistas refletiu também no mercado, pesando sobre os ativos chineses.

Por aqui, a agenda econômica foi cheia. Dados do varejo apresentaram desempenho abaixo do esperando, enquanto o setor de serviços superou as expectativas, mas não mudou as perspectivas dos especialistas.

O IBC-Br de Novembro avançou menos do que o previsto, praticamente confirmando o cenário de desaceleração econômica esperado para o quarto trimestre.

Ainda assim, o destaque ficou para Brasília, com o governo negociando com o legislativo a aprovação da reoneração gradual da folha de pagamento dos 17 setores que mais contratam no país.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversou com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, além de ter tido duas reuniões com o presidente Lula para tratar do assunto, mas sem encontrarem uma solução.

As incertezas com relação à aprovação ou não da reoneração pesaram sobre o mercado, que também sentiu a reprecificação das apostas no início do ciclo de cortes do FED.

Com isso, o Ibovespa acumulou queda semanal, encerrando o período abaixo dos 128 mil pontos, enquanto o dólar subiu mais de 1%, voltando a ser negociado acima dos R$4,90.

Brasil

🇧🇷 Ibovespa: 127.635,65 (-2,56%)

🇺🇸 Dólar: R$4,9273 (+1,44%)

🇪🇺 Euro: R$5,3673 (+0,27%)

Estados Unidos

🇺🇸 Nasdaq: 15.310,97 (+2,26%)

🇺🇸 S&P 500: 4.839,63 (+3,03%)

🇺🇸 Dow J.: 37.863,80 (+1,06%)

Europa

🇬🇧 FTSE 100: 7.461,93 (-2,14%)

🇪🇺 Stoxx 50: 4.463,45 (-0,35%)

🇩🇪 DAX: 16.555,13 (-0,23%)

Ásia & Pacífico

🇯🇵 Nikkei 225: 35.963,27 (+1,09%)

🇨🇳 Shanghai: 2.832,28 (-1,72%)

🇨🇳 SZSE: 8.787,02 (-2,33%)

Dólar

🌎 Índice Dólar: 103,040 (+0,85%)

🇪🇺 Euro: 0,9178 (+0,49%)

🇬🇧 Libra: 0,7872 (+0,13%)

Commodities

🛢️ Brent: US$78,56 (+0,34%)

🪨 Minério: US$133,45 (+0,80%)

🥇 Ouro: US$2.031,50 (-0,95%)


Pedidos por seguro-desemprego nos EUA na mínima dos últimos 12 meses; Entenda o que isso quer dizer

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, na quinta-feira (18), seu relatório semanal do programa de seguro-desemprego do país.

Cerca de 187 mil norte-americanos deram entrada no benefício desde a semana passada, o menor número desde a última semana de Janeiro do ano passado. O desempenho é 16 mil abaixo do registrado no relatório anterior e 20 mil abaixo do esperado.

Dessa forma, a média das últimas quatro semanas recuou 4,75 mil, para 203,25 mil novos pedidos semanais, de 208 mil.

Veja a repercussão >>

IBC-Br de Novembro desaponta e mantém “viés baixista” para quarto trimestre de 2023, dizem especialistas

O Banco Central publicou, nesta sexta-feira (19), o IBC-Br de Novembro.

O índice de atividade econômica, considerado a prévia do PIB, avançou 0,01% no mês, revertendo queda revisada de -0,18% em Outubro.

O desempenho ficou abaixo dos 0,10% esperado pelos especialistas.

Em comparação com Novembro do ano passado, o índice avançou 2,19%.

O BC também revisou os dados de Setembro (-0,03% ante -0,05%), Agosto (-0,68% ante -0,71%), Julho (0,36% ante 0,35%), Junho (0,33% ante 0,31%) e Maio (-1,36% ante -1,39%).

O resultado manteve uma perspectiva relativamente negativa para o PIB, na visão dos especialistas.

Veja a repercussão >>


➕ Destaques:

🇬🇧 Cautela com economia: a inflação acima do esperado em Dezembro atrelada à forte queda do varejo britânico gerou uma preocupação com a economia do Reino Unido em parte dos especialistas, que já argumentam que deve ser a primeira grande economia a cortar os juros este ano.

🪖 Tensões aumentam no Oriente Médio: as tensões se elevaram ao seu pior patamar no Oriente Médio ao longo da semana, com novos ataques dos Estados Unidos a base dos Routhis e, agora, com ataques do Irã a uma série de países e células terroristas.

🇯🇵 Inflação desacelera: a inflação japonesa fechou o ano passado em 2,6%, desacelerando 0,2 ponto percentual em comparação a Novembro. O desempenho diminui a pressão sobre o BC do país para elevar os juros, que segue em patamar negativo.


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O que vem pela frente?

A semana que se inicia hoje conta com a definição das taxas de juros de 1 e 5 anos da China.

Em meio à situação delicada vivida pela economia do país, ainda que os especialistas prevejam a manutenção dos juros em 3,45% e 4,20%, respectivamente, existe uma certa esperança de que a autoridade monetária do país possa, ao menos, sinalizar um corte em breve.

Amanhã (22) é a vez do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) definir sua taxa de juros, sendo amplamente esperada a manutenção dele em patamar negativo, principalmente depois dos dados de inflação divulgados na semana passada.

Na quinta-feira (25), é a vez do Banco Central Europeu (BCE) definir se mexe ou não na política monetária da Zona do Euro.

A expectativa é que a autoridade monetária mantenha os juros do bloco inalterados, mas espera-se alguma sinalização sobre um possível corte em breve.

Além disso, também será publicada a primeira leitura do PIB dos Estados Unidos referente ao quarto trimestre do ano.

Já na sexta-feira (26) também sai o Índice de Preços PCE referente a Dezembro.

A expectativa é que o principal índice de inflação do FED avance 0,2% no mês, depois de recuar -0,1% em Novembro.

O dado é importante, porque será divulgado alguns dias antes da reunião de política monetária do Federal Reserve, que acontece nos dias 30 e 31 de Janeiro.

Por aqui, a agenda conta com a divulgação do relatório fiscal de Dezembro, na quarta-feira (24), e com o IPCA-15 de Janeiro na sexta-feira (15).

🗓️ Domingo (21): Decisão de taxa de juros 🇨🇳

🗓️ Segunda (22): Decisão de taxa de juros 🇯🇵

🗓️ Quarta (24): Prévia dos PMIs (Jan) 🇩🇪🇪🇺🇬🇧🇺🇸

🗓️ Quarta (24): Relatório Fiscal (Dez) 🇧🇷

🗓️ Quinta (25): Definição de taxa de juros 🇪🇺

🗓️ Quinta (25): Prévia do PIB (4T) 🇺🇸

🗓️ Sexta (26): IPCA-15 (Jan) 🇧🇷

🗓️ Sexta (26): Índice de Preços PCE (Dez) 🇺🇸

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