Aversão ao risco segue guiando mercados

A semana que se encerrou na última sexta-feira (27) foi marcada novamente pelo sentimento de aversão ao risco tomando conta dos principais índices globais.

Mesmo com uma pausa nas escaladas dos rendimentos dos títulos públicos norte-americanos, a perspectiva de que a economia global deve desacelerar no ano que vem pegou os investidores em cheio, mesmo com o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos crescendo mais que o esperado no terceiro trimestre do ano.

Por aqui, destaque para o início da temporada de resultados do terceiro trimestre, que ajudou a impulsionar o Ibovespa, que encerrou a semana na contramão do restante do mundo, mesmo depois do Presidente Lula afirmar, na última sexta, que o governo não deve cumprir a meta fiscal já no primeiro ano do arcabouço, o que foi muito criticado pelo mercado.

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Analistas veem Índice de Preços PCE de Setembro como indiferente para o FED

O Departamento do Comércio norte-americano divulgou, na última sexta-feira (27), o Índice de Preços PCE, principal indicador de inflação do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos.

Em Setembro, o índice registrou manteve o ritmo visto no mês passado, avançando 0,4% em comparação a Agosto, 0,1 ponto percentual acima do esperado.

Da mesma forma, no acumulado dos últimos 12 meses ele também se manteve em alta de 3,4%, em linha com o que os especialistas projetavam.

O núcleo do PCE, quando são descontados os preços de alimentos e combustíveis, avançou 0,3% no comparativo mensal, 0,2 ponto percentual acima do registrado em Agosto, e acumulou avanço de 3,7% nos últimos 12 meses, desacelerando 0,1 ponto percentual.

Em ambos os comparativos, o núcleo apresentou desempenho em linha com o projetado.

A renda pessoal apresentou desaceleração de 0,1 ponto percentual, avançando 0,3%. Os economistas previam que ela deveria seguir o ritmo visto no mês anterior, crescendo 0,4%.

Já os gastos pessoais surpreenderam, avançando 0,7%, 0,3 ponto percentual acima do registrado em Agosto e 0,2 ponto percentual acima do esperado.

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O que os especialistas acharam da fala do presidente Lula de “dificilmente” zerar o déficit fiscal ano que vem?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em café da manhã com jornalistas na última sexta-feira (27), que a meta fiscal do ano que vem não precisa ser zero e que dificilmente ela será atingida.

“Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso”, afirmou.

“Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país”.

Ele acrescentou que o mercado é “ganancioso demais” e que entende a vontade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas reiterou que a meta não deve ser cumprida.

“Então eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida. Então eu sei, conversando com o Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos de obras”.

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➕ Destaques:

🇺🇸 PIB do terceiro trimestre avança mais que o esperado: a economia norte-americana cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo perído do ano passado, 2,8 pontos percentuais acima do registrado no trimestre anterior. O crescimento foi 0,2 ponto percentual acima do esperado pelos especialistas. 

🇧🇷 IPCA-15 segue em desaceleração em Outubro: o IPCA-15 de Outubro desacelerou 0,14 ponto percentual em comparação com Setembro, para 0,21%. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, a prévia da inflação oficial do país acelerou 0,05 ponto percentual, para 5,05%.

🇪🇺 Taxas mantidas: o Banco Central Europeu optou por manter as taxas de juros da Zona do Euro inalterada na reunião da semana passada. A perspectiva do mercado é que a autoridade monetária não deve mais subir os juros do bloco.

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O que vem pela frente?

A semana que se inicia hoje é mais curta para o Brasil, que tem pela frente o Dia de Finados na quinta-feira (2).

Ainda assim, ela é bastante movimentada tanto aqui quanto lá fora, de olho nos dados do mercado de trabalho norte-americano e nas decisões de taxa de juros do Federal Reserve (FED), Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.

O FED e o Copom decidem suas taxas de juros na próxima quarta, véspera de feriado por aqui, enquanto o BoE decide se eleva ou não sua taxa de juros na quinta-feira (2).

Já o relatório do setor privado dos Estados Unidos sai na quarta, enquanto o Payroll sai na sexta-feira (3).

Agenda Econômica:

🗓️ Segunda (30): Prévia do PIB (3T) 🇩🇪

🗓️ Segunda (30): Dados Fiscais 🇧🇷

🗓️ Segunda (30): Índice de Evolução do Emprego do Caged (Set) 🇧🇷

🗓️ Segunda (30): PMIs (Out) 🇨🇳

🗓️ Terça (31): Prévia da Inflação (Out) 🇪🇺

🗓️ Terça (31): Taxa de Desemprego 🇧🇷

🗓️ Quarta (1): Produção Industrial (Set) 🇧🇷

🗓️ Quarta (1): Variação do Emprego Privado ADP (Out) 🇺🇸

🗓️ Quarta (1): Oferta de Emprego JOLTs (Out) 🇺🇸

🗓️ Quarta (1): Definição de Taxa de Juros 🇺🇸

🗓️ Quarta (1): Definição de Taxa de Juros 🇧🇷

🗓️ Quinta (2): Feriado de Finados 🇧🇷

🗓️ Quinta (2): Definição de Taxa de Juros 🇬🇧

🗓️ Sexta (3): Payroll (Out) 🇺🇸