A Receita Federal divulgou, nesta terça-feira (8), a arrecadação federal de Novembro, que atingiu R$209,218 bilhões.
O resultado indica uma alta de 11,21% em comparação ao mesmo mês de 2023 e é o segundo melhor resultado da série histórica, iniciada em 1995, atrás apenas de Novembro de 2013.
De acordo com o órgão, o resultado foi influenciado tanto por indicadores macroeconômicos, quanto pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e o crescimento de tributos referentes ao comércio exterior por conta da elevação do volume das importações, das alíquotas médias e da taxa de câmbio.
Ainda assim, o resultado foi menor do que o previsto pelos especialistas, que estimavam um total de R$210 bilhões, de acordo com a mediana do levantamento pela Reuters.
No ano, a arrecadação atingiu R$2,391 trilhões, alta de 9,82% em comparação ao acumulado de Janeiro a Novembro de 2023, sendo um recorde histórico.
Os recursos administrados pela Receita Federal cresceram 12,92% em um ano, enquanto os recursos administrados por outros órgãos recuaram 15,23%.
No acumulado de 2024, porém, ambos cresceram, tendo avançado 9,92% e 8,01%, respectivamente.
Os especialistas destacaram o forte crescimento do PIS/Cofins e do IRPJ/CSLL.
Para Ítalo Franca, do Santander, a arrecadação deve apresentar crescimento real, quando desconta-se a inflação do período, de 9,7% em 2024 e ficar entre alta de 2% e 3% este ano.
Já o economista Tiago Sbardelotto, da XP, projetou, em comunicado, que os recentes números reforçam a perspectiva de que o governo deve atingir sua meta fiscal em 2024 e, provavelmente, em 2025.
Apesar disso, de forma geral, os especialistas destacam que o resultado não altera a cautela adotada pelo mercado recentemente com a situação fiscal do país.
Isso porque o grande problema está na estabilização da dívida pública, que só será atingida com um maior esforço por parte do governo na contenção de despesas.
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cravou que o país irá registrar déficit primário de algo em torno de 0,1% do PIB em 2024.
Além disso, Haddad reiterou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal, apesar de ter desconversado quando questionado sobre novas medidas a serem anunciadas.