O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (25), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) referente a Fevereiro.
A prévia da inflação brasileira avançou 1,23% no comparativo mensal, depois de subir 0,11% em Janeiro.
No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,96%, 0,46 ponto percentual acima do registrado no mês anterior.
O avanço da inflação foi menor do que o previsto pelos especialistas, que projetavam avanço de 1,34% em comparação a Janeiro e de 5,09% no acumulado.
No acumulado do ano, o IPCA-15 já avança 1,34%.
Dos grupos pesquisados, apenas o de Vestuário (-0,08%) e de Comunicação (-0,06%) registraram queda em comparação a Janeiro.
Na ponta contrária, o destaque ficou com Educação, que avançou 4,78%, puxado pela alta nos preços dos cursos regulares, que subiram 5,69%.
O segmento é seguido de perto por Habitação, que registrou avanço de 4,34%, puxado pelo aumento de 16,33% na energia elétrica residencial.
A inflação de serviços desacelerou de 0,85% no mês passado para 0,68% agora, enquanto serviços subjacentes arrefeceu de 0,96% para 0,63%.
A média dos núcleos do IPCA-15 também apresentou desaceleração, passando de 0,66% em Janeiro para 0,61%.
Já sua difusão recuou 3,8 pontos percentuais, para 65,1%.
De forma geral, o resultado foi bem recebido pelos especialistas, apesar de ter sido o maior crescimento para o mês nos últimos 9 anos.
Isso porque, ainda que os reajustes, da energia e dos cursos regulares terem sido maior que o previsto, puxando o índice, os demais dados, como a inflação de serviços e a média dos núcleos, apresentaram desempenho mais benigno.
A consultoria Capital Economics partilha dessa visão.
Em relatório enviado a clientes após o anúncio, ela destaca que, ainda que tenha sido, também, a maior taxa de crescimento em um ano, houveram “sinais positivos na inflação dos alimentos, saúde, educação e núcleos de serviços”.
Para o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, ainda que tenha trazido um alívio, os dados ainda justificam uma política monetária mais austera.
“Apesar de alguns dados positivos, muitos ainda permanecem muito acima do limite superior da meta de inflação”, afirmou ele, à CNN Money.
“Esse cenário, somado à desancoragem das expectativas, gera preocupação para o Banco Central”.
A Suno projeta que a Selic deve atingir 15,25% ao ano no meio de 2025, permanecendo nesse patamar até o final do ano.
Outros especialistas ouvidos pela Investir Seguro também consideraram o desempenho positivo e que pode gerar um impacto negativo nas perspectivas para o IPCA deste mês, porém sem mudar as estimativas para o ano.
Alguns deles argumentam que a situação segue desafiadora, com baixas possibilidades de mudança no médio prazo.
Sendo assim, o último Boletim Focus indicou previsão de alta de 5,65% do IPCA em 2025, 1,15 ponto percentual superior ao limite da banda de variação da meta, que é de 4,50%.
Já para a Selic, o mercado prevê que ela deve encerrar o ano em 15,00%.