O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na manhã de hoje (24), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) referente a Outubro.
A prévia da inflação brasileira registrou avanço de 0,54% em comparação a Setembro, 0,41 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, e acumula alta de 4,47% nos últimos 12 meses, 0,35 ponto percentual superior à alta acumulada nos 12 meses até Setembro.
O resultado foi superior ao projetado pelos especialistas, que previam avanço mensal de 0,50% e acumulado de 4,43%.
No ano, o IPCA-15 tem alta de 3,71%.
Dos nove grupos pesquisados, oito registraram alta no mês, com a única exceção ficando para o segmento de Transportes, que recuou -0,33%, pressionado pela queda de -11,40% das passagens aéreas.
Na ponta contrária, Habitação foi a maior alta, avançando 1,72%, puxada pelo avanço de 5,29% da energia elétrica no mês.
Ela foi seguida por Alimentação & Bebidas, que subiu 0,87% em Setembro, e por Saúde & Cuidados Pessoais, com alta de 0,49%.
O setor de serviços registrou alta de 0,27% no mês, 0,10 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, enquanto serviços subjacentes subiu 0,59% depois de permanecer estável em Setembro.
A média dos núcleos do índice acelerou 0,26 ponto percentual em Outubro, para 0,43%, enquanto a difusão cresceu 3,27 pontos percentuais, passando de 55,04% no mês anterior para 58,31% agora.
De forma geral, os especialistas consideraram que o desempenho foi pior do que o esperado tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
Fabio Susteras, estrategista-chefe da SPCAP Investimentos, destacou o desempenho “bem ruim” dos núcleos.
“Os dados da inflação vieram acima das expectativas e com um qualitativo bem ruim”, comentou ele, no Café com Mercado desta quinta.
O economista-chefe do PicPay, Igor Cadilhac, partilha da mesma visão, destacando que a dispersão do índice atingiu 76,57%, seu pior nível desde Abril de 2022, além da aceleração acima da prevista da maioria das composições.
Sendo assim, Cadilhac projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, deve acelerar o ritmo de elevação da taxa Selic em seu próximo encontro, marcado para Novembro, elevando-a em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual).