O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (10), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a Dezembro.
A inflação avançou 0,52% no mês, 0,13 ponto percentual acima da registrada em Novembro, porém 0,01 ponto percentual abaixo do projetado pelos especialistas.
O resultado foi puxado pelo preço de Alimentos & Bebidas, que cresceu 1,18%, com a alimentação em domicílio avançando 1,17%, puxada pela alta de 5,26% da carne, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 1,19%.
A categoria, que engatou o quarto mês consecutivo de alta, porém desacelerou 0,37 ponto percentual em comparação ao mês anterior, foi seguida por Vestuário, que reverteu resultado negativo de Novembro e avançou 1,14%, e Transportes, que subiu 0,67% puxado pelo aumento de 20,70% nos preços do transporte por aplicativos.
Na ponta contrária, apenas Habitação registrou resultado negativo, com os preços da categoria recuando -0,56% por conta da queda de -3,19% da energia elétrica residencial.
A inflação de serviços desacelerou 0,17 ponto percentual em comparação a Novembro, para 0,66%, enquanto a inflação de serviços subjacentes acelerou 0,07 ponto percentual, para 0,67%.
A média dos núcleos do índice registrou alta de 0,58%, 0,19 ponto percentual acima do registrado no mês anterior, enquanto a difusão do IPCA atingiu 69,0%, de 57,8% em Novembro.
Com o resultado do mês, o índice oficial de inflação do Brasil encerrou 2024 com alta acumulada de 4,83%, 0,33 ponto percentual acima do limite superior da banda de variação da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,50%.
O resultado foi levemente abaixo dos 4,89% previsto pelo mercado, de acordo com o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (6).
De forma geral, os especialistas argumentaram que o resultado corrobora as perspectivas para este ano, que também seguem acima do limite superior da banda de variação da meta estipulada para este ano.
Para o time de research do Itaú, o resultado ainda indicou um qualitativo levemente pior do que a leitura de Novembro, com os núcleos do IPCA se mantendo pressionados, o que não deve se alterar nas próximas divulgações.
Laiz Carvalho, economista do BNP Paribas, partilha da mesma visão.
Ela projeta que alimentos, câmbio e serviços devem continuar pressionando o índice no primeiro trimestre do ano, enquanto que a atividade e demanda aquecidas devem mantê-lo pressionado nos seis primeiros meses de 2025.