O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (10), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a Novembro.
A inflação brasileira registrou alta de 0,39% em comparação a Outubro, desacelerando 0,17 ponto percentual quando comparada com o resultado anterior, porém ficando 0,02 ponto percentual acima do estimado.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou 4,87%, 0,11 ponto percentual acima de Outubro e 0,02 ponto percentual superior ao projetado pelos especialistas. Em 2024, o IPCA atingiu alta de 4,29%.
Dos nove grupos pesquisados, apenas três deles registraram alta em Novembro, com o destaque ficando para Alimentação & Bebidas, que acelerou 0,49 ponto percentual em comparação a Outubro, passando de 1,06% para 1,55%, puxado pela alimentação no domicílio, que teve alta de 1,81% ocasionada, principalmente, pelo avanço de 8,02% da carne.
Além dele, Despesas Pessoais (1,43%), puxada pelo aumento de 14,91% do cigarro, e Transporte (0,89%), com o avanço de 3,64% nos preços do ônibus urbano, também subiram.
Já na ponta contrária, Habitação registrou queda de -1,53%, pressionado pelo recuo de -6,27% nos preços da energia elétrica no mês, com a vigência da bandeira tarifária amarela.
Além dele, destaque também para Artigos de Residência (-0,31%) e Vestuário (-0,12%).
A inflação de serviços acelerou 0,48 ponto percentual em comparação a Outubro, para 0,83%, enquanto serviços subjacentes apresentou arrefecimento de 0,16 ponto percentual, para 0,60%.
A média dos núcleos do IPCA desacelerou 0,05 ponto percentual no comparativo mensal, para 0,39%, enquanto a difusão do índice chegou a 57,8%, de 61,5% registrada no mês anterior.
De forma geral, os especialistas consideraram que o resultado apresentado mantém um cenário desafiador para o Banco Central, que deve acelerar o ritmo de alta da taxa Selic na próxima reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom).
Para a Capital Economics, o aperto que deve ser anunciado é de 75 pontos-base (0,75 ponto percentual), com a taxa básica de juros brasileira chegando a 12,00% ao ano.
Ainda ontem, a XP atualizou suas perspectivas para os próximos passos do Copom, projetando duas altas de 100 pontos-base (1,00 ponto percentual) este mês e em Janeiro, com a taxa Selic atingindo 13,75% ao ano no começo do ano que vem.
A corretora estima que o IPCA deve encerrar 2024 a 5,00% e chegar a 5,20% no ano que vem, admitindo, também, que o viés para as projeções é de alta.
No mercado, as apostas em uma alta de 100 pontos-base (1,00 ponto percentual) seguem como majoritárias, com 70% dos investidores projetando que essa deve ser a elevação anunciada no encontro da semana que vem, seguida, de longe, pela perspectiva de uma elevação de 75 pontos-base (0,75 ponto percentual), com 27% das apostas.