O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (29), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua referente a Outubro.
A taxa de desemprego do país recuou 0,2 ponto percentual, passando de 6,4% em Setembro para 6,2%. O resultado é 1,4 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo trimestre móvel (Agosto, Setembro e Outubro) do ano passado. Esse é o menor patamar já registrado desde o início da série histórica, em 2012.
A população ocupada também foi a maior já registrada, tendo atingido 103,6 milhões de brasileiros.
O rendimento real habitual permaneceu estável no comparativo trimestral, mas cresceu 3,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, com a massa de rendimento real habitual avançando 2,4% no trimestre e 7,7% em um ano, para R$332,6 bilhões.
De forma geral, os especialistas consideram que o resultado reforça ainda mais a perspectiva de um mercado de trabalho apertado, o que deve manter o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sob pressão no que diz respeito à política monetária brasileira.
A CM Capital analisa que a pesquisa demonstra que o crescimento da massa de rendimento foi ocasionado pela entrada de novos trabalhadores na economia e não por um aumento da renda, propriamente dito.
Sendo assim, a demanda tende a crescer, mas não deve gerar pressão de custos via crescimento de salários.
Já Cláudia Moreno, economista do C6 Bank, afirmou que o relatório indica que o mercado de trabalho está “muito aquecido” e que ele aumenta as chances do Copom ter de fazer um ajuste “mais intenso” na taxa Selic em sua próxima reunião, marcada para Dezembro.
Com relação a isso, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, ontem, durante participação no evento Esfera Brasil, promovido pelo Esfera Recebe, que esse é o motivo pelo qual a autoridade monetária deve continuar subindo os juros.
“O BC é o cara chato da festa, de diminuir o som quando as coisas parecem estar indo bem. Mas isso acontece para desacelerar e as coisas não saírem do controle”, afirmou ele.
Durante sua fala, Galípolo ainda reafirmou o compromisso do BC em devolver a inflação à meta de 3%, “ainda que possa parecer estranho para muita gente”.