O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgará hoje (29) sua primeira decisão de taxa de juros do ano, em seu primeiro encontro com Gabriel Galípolo como presidente da instituição.
No mercado, é consenso que a taxa Selic deve subir 100 pontos-base (1,00 ponto percentual), em votação unânime, para 13,25% ao ano, respeitando o guidance que foi dado na última reunião, em Dezembro, sendo essa a primeira de duas altas dessa magnitude.
Com relação à comunicação do Copom, eles esperam que ela continue dura (hawkish, no jargão do mercado).
Eles também projetam que, dada a deterioração das expectativas de inflação recentes, o Copom deve atualizar suas projeções para este ano de 4,5% para algo em torno de 5,0% ou mais.
Ainda assim, o time de análises da XP pondera que isso pode se alterar no médio prazo, “caso o real não sofra desvalorização adicional significativa este ano”.
“De qualquer forma, parece muito cedo para qualquer avaliação conclusiva sobre o tema, tendo em vista as inúmeras incertezas globais”, afirmam Caio Megale, economista-chefe da instituição, os economistas Rodolfo Margato e Alexandre Maluf e as analistas de renda fixa Camilla Dolle e Mayara Rodrigues.
Com relação ao futuro, a XP projeta que a Selic deve atingir 15,50%, avançando mais 125 pontos-base (1,25 ponto percentual) além do já indicado na última reunião.
Gustavo Gonzaga, economista-sênior da Necton, projeta que ela deve chegar a 15,00% ao ano, ainda que reconheça que “fatores que contribuam para uma inflação acima dos níveis esperados, como um hiato do produto ainda mais aberto ou depreciação adicional da moeda doméstica” podem levá-la a um patamar mais elevado.
O patamar projetado por ambas as instituições está em linha com uma pesquisa feita pelo BTG com agentes do mercado.
De acordo com o levantamento, publicado ontem, 62% dos entrevistados projetam que a Selic encerrará o ano entre 15,25% e 15,75%, enquanto 26% deles esperam que ela fique entre 14,50% e 15,00%.
A maioria deles também considera que as chances de uma flexibilização no segundo semestre são “baixas” ou “muito baixas”.
O Copom anuncia sua decisão após o fechamento do mercado.