O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (27), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) referente a Agosto.
A prévia da inflação brasileira registrou alta de 0,19% em comparação a Julho, 0,11 ponto percentual abaixo do mês anterior e 0,01 ponto percentual abaixo do esperado pelos especialistas.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice avançou 4,35%, 0,10 ponto percentual abaixo do registrado no acumulado até Julho e 0,03 ponto percentual inferior ao estimado, enquanto que, em 2024, ele acumula alta de 3,02%.
Dos nove grupos pesquisados, oito deles registraram alta no mês, com destaque para o setor de Transportes, que avançou 0,83% em comparação a Julho, puxado pelo aumento de 3,47% nos combustíveis.
O setor foi seguido por Educação (0,75%), com os cursos regulares avançando 0,77% no mês, e por Artigos de Residência (0,71%).
O único grupo que registrou queda no mês foi Alimentação & Bebidas, que caiu -0,80% depois de recuar -0,44% no mês passado. O movimento foi ocasionado pela baixa de -1,30% na alimentação no domicílio, parcialmente compensada pela alta de 0,49% na alimentação fora do domicílio.
A inflação de serviços arrefeceu em Agosto, passando de 0,70% no mês passado para 0,29% agora, assim como serviços subjacentes, cujos preços avançaram 0,39% no mês, desacelerando 0,19 ponto percentual.
A média dos núcleos do IPCA-15 também desacelerou, passando de 0,34% em Julho para 0,29% em Agosto, enquanto a difusão do índice avançou 1,9 ponto percentual, para 53,1%.
O economista-chefe do PicPay, Igor Cadilhac, afirmou que os números apresentados, além de serem quantitativamente positivos, também foram qualitativamente melhores que o esperado.
Apesar disso, ele se mostrou preocupado com a média anualizada nos últimos três meses, que apresentou piora generalizada, com destaque para a dos preços subjacentes.
Do sue ponto de vista, esse cenário deve se manter por algum tempo, com o índice se mantendo próximo do limite superior da meta.
Laiz Carvalho, do BNP Paribas, também destaca a boa composição do índice, mas chamou a atenção para a aceleração dos serviços subjacentes na média móvel trimestral anualizada.
Para a economista, o relatório mantém a possibilidade de manutenção da taxa Selic em Setembro na mesa, deixando o caminho a ser seguido pela política monetária brasileira menos claro.
A gestora Asa Investments também considerou os números positivos, mas afirmou que eles não mudam a preocupação do BC com a inflação.
Ela segue prevendo que o IPCA deve encerrar o ano com alta de 4,4% e não descarta a possibilidade de um novo estouro da banda de tolerância, cujo limite é 4,5%.
Em relatório publicado após o anúncio, a Capital Economics destaca a perda de fôlego generalizada nos preços.
Para a consultoria, o resultado positivo de Agosto atrelado à perspectiva de corte na taxa de juros norte-americana diminuem a possibilidade de uma alta da taxa Selic em Setembro.