O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (25), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de Setembro.
A prévia da inflação brasileira avançou 0,13% no mês, 0,06 ponto percentual abaixo do registrado em Agosto e 0,16 ponto percentual inferior ao estimado.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 avançou 4,12%, 0,23 ponto percentual abaixo do resultado do mês anterior e 0,17 ponto percentual abaixo do esperado. No ano, ele registrou alta de 3,15%.
Dos nove grupos pesquisados, sete deles tiveram alta em Setembro, com destaque para Habitação, que avançou 0,50%, puxado pela alta da energia elétrica residencial, que reverteu queda de -0,42% no mês passado, para subir 0,84% este mês.
O grupo foi seguido por Saúde & Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de Residência (0,17%) e Vestuário (0,12%). A categoria Alimentos & Bebidas, que tem o maior peso do índice, encerrou uma sequência de duas quedas consecutivas (-0,44% em Julho e -0,80% em Agosto) para registrar um avanço de 0,05% em Setembro.
Na ponta contrária, Transportes viu seus preços caírem -0,08%, pressionado pelo recuo de -0,66% no preço da gasolina, enquanto as passagens aéreas avançaram 4,51%.
A inflação de serviços desacelerou 0,12 ponto percentual em comparação a Agosto, para 0,17%, enquanto serviços subjacentes não teve variação no mês (0,00%) depois de subir 0,39% no mês passado.
A média dos núcleos do IPCA-15 desacelerou 0,12 ponto percentual, para 0,17%, enquanto a difusão do índice avançou 1,9 ponto percentual, para 55%.
De forma geral, o resultado foi muito bem recebido pelos especialistas.
Para o estrategista-chefe da SPCAP Investimentos, Fabio Susteras, ele foi uma “boa notícia”, já que a desaceleração apresentada em diversas frentes, como na inflação de serviços e nos núcleos do índice, “aponta para um cenário mais benigno no curto prazo”.
Olhando para a frente, essa desaceleração “pode ser vista como um sinal positivo para o controle da inflação no médio prazo, contribuindo para a manutenção de um cenário mais favorável para a política monetária”.
“Com a inflação sob controle, abre-se espaço para uma postura mais flexível em relação às taxas de juros, o que pode favorecer a retomada econômica”, acrescenta.
“Será interessante acompanhar os próximos meses para verificar se essa tendência se manterá e quais serão os impactos nas políticas econômicas futuras”.
Igor Cadilhac, economista-chefe do PicPay, também gostou do IPCA-15, destacando que tanto quantitativamente quanto qualitativamente, o resultado foi melhor que o esperado.
Ele destaca que a leitura traz claros sinais de melhora na margem, quando se observa a média anualizada dos últimos três meses das medidas subjacentes.
Apesar disso, ele segue projetando que a inflação do país deve subir 4,4% este ano, ainda que tenha admitido que, agora, o viés é de baixa.
O economista-chefe da Skopos, Christian Thorgaard, partilha da mesma visão.
Olhando para a política monetária do país, ele afirma que, caso o resultado quantitativo e, principalmente, qualitativo, apresentado hoje se confirme no IPCA do mês, abre-se um espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha o ritmo de alta de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) da taxa Selic na próxima reunião, marcada para Novembro.