O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (11), sua pesquisa mensal relacionada ao setor de serviços referente a Julho.
O setor registrou crescimento de 1,2% no comparativo mensal, 0,5 ponto percentual abaixo do registrado em Junho, porém surpreendendo os especialistas, que previam estabilidade (0,00%) no período.
Em comparação a um ano antes, a alta foi de 4,3%, 3,5 pontos percentuais acima do registrado no relatório anterior, que foi corrigido de 1,3% para 0,8%.
No ano, o volume de serviços registrou crescimento de 1,8%, enquanto sua receita nominal avançou 6,3%.
Para os especialistas, o resultado foi recebido de forma ambígua. Pelo lado da economia, foi considerado uma surpresa positiva, enquanto que, pelo lado da política monetária, parece corroborar com um aumento na taxa de juros brasileira.
Christian Thorgaard, economista-chefe da Skopos, afirmou que o qualitativo do setor, que foi “muito bom”, destacando a dinâmica da demanda empresarial e do investimento, que vieram fortes, em especial serviços técnicos e profissionais.
Por outro lado, serviços relacionados ao consumo das famílias apresentou desempenho mais fraco do que o projetado por ele.
O sócio da Pezco, Helcio Takeda, comentou que o resultado acima do esperado de serviços técnicos-profissionais chamou a atenção, apesar dele acreditar que seja algo pontual.
Já com relação à política monetária, Takeda afirmou que uma elevação da taxa Selic parece cada vez mais inevitável, apesar de ainda vislumbrar a possibilidade de que ela seja mantida em 10,50% ao ano.
Ainda assim, a consultoria segue projetando elevação de 125 pontos-base (1,25 ponto percentual) até o final do ano, com ela encerrando 2024 em 11,75% ao ano.
Da mesma forma, Rodolfo Margato, da XP, afirmou que, apesar de boa parte da surpresa altista ter partido de um ruído na captação dos dados, a atividade segue forte e a tendência para o setor é positiva.
Nesse cenário, ele projeta que a Selic deve ser elevada em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) na semana que vem, chegando a 12% em Janeiro de 2025.