O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta quarta-feira (27), que Gabriel GalĂpolo serĂĄ o novo presidente do Banco Central.
âO presidente da RepĂșblica me incumbiu de fazer um comunicado aqui de que hoje ele estĂĄ encaminhando ao Senado Federal o indicado dele para a PresidĂȘncia do Banco Central, que vem a ser o Gabriel GalĂpolo, que hoje ocupa a Diretoria de PolĂtica MonetĂĄria do Bancoâ, afirmou o ministro.
O atual diretor de polĂtica monetĂĄria assume ao fim do mandato de Roberto Campos Neto, que se encerra este ano.
Antes disso, porĂ©m, GalĂpolo terĂĄ que passar por uma sabatina pela ComissĂŁo de Assuntos EconĂŽmicos (CAE), do Senado.
Haddad tambĂ©m anunciou que o governo vai “começar a trabalhar para definir os trĂȘs nomes que irĂŁo compor a diretoria atĂ© o final do ano”.
A indicação nĂŁo trouxe surpresas para os especialistas, jĂĄ que GalĂpolo era o mais cotado desde o inĂcio para assumir a autoridade monetĂĄria, tendo sido a primeira indicação do governo Lula ao BC.
Ainda que tenha sido bem recebida, o futuro presidente da autoridade monetĂĄria ainda enfrenta certa cautela do mercado.
Para Sergio Vale, da MB Associados, a expectativa Ă© que nĂŁo aconteçam grandes mudanças na condução do BC e da polĂtica monetĂĄria brasileira, mas, apesar de seus recentes comentĂĄrios terem sido bem recebidos pelo mercado, na visĂŁo dele, GalĂpolo ainda enfrenta certa desconfiança.
Isso porque, na visão do economista, a perspectiva é que o BC tenha que lidar com uma inflação acima do centro da meta, próxima do teto da banda, nos próximos anos.
Da mesma forma, Adauto Lima, da Western Asset, também acredita que parte do mercado segue cautelosa com a indicação.
Para ele, os recentes comentĂĄrios feitos por GalĂpolo foram focados em reduzir temor de interferĂȘncia polĂtica no BC e, apesar de ter tido sucesso, ele diminuiu a desconfiança.
Para Lima, GalĂpolo terĂĄ que se mostrar tĂ©cnico para conseguir acabar com o pĂ© atrĂĄs de parte do mercado.
Solange Srour, da UBS Wealth Management, jĂĄ tem uma visĂŁo mais positiva da indicação, afirmando que ela tira ruĂdo do mercado, o que foi positivo, principalmente por ter sido antes da prĂłxima reuniĂŁo do Copom.
As colocaçÔes feitas por Galipolo trouxeram uma credibilidade inicial à indicação, o que também deve suavizar as coisas.