A gestora de recursos independente Occam publicou, nesta semana, sua carta mensal referente a Janeiro, destinada aos cotistas de seus fundos e investidores em geral.
Nela, a gestora destaca o primeiro mês de presidência de Donald Trump, que “adotou uma série de medidas com impacto econômico relevante”.
“A nova política imigratória, com menor tolerância à imigração ilegal, sugere uma oferta de trabalho menor e, possivelmente, fará com que o mercado de trabalho fique mais apertado”, afirmam.
“A elevação das tarifas de importação tornará mais fechada a economia americana, estimulando a indústria, mas com o risco de um repique inflacionário. A desregulamentação de diversos setores pode ter efeito benigno com relação ao crescimento econômico”.
Ela ainda acrescenta que a nova administração dos Estados Unidos deverá cortar impostos, mas que não fica claro o quanto isso será compensado.
Com isso, a gestora conclui que as incertezas com relação à economia do país aumentaram, o que deve forçar o Federal Reserve (FED), banco central norte-americano, a manter sua política monetária inalterada por mais tempo, “a fim de avaliar os impactos das políticas de Trump”.
Por aqui, o destaque fica para a deterioração adicional da inflação corrente e de suas expectativas, o que acabou motivando u a continuidade do ciclo de aperto monetário, mantendo o ritmo de elevação de 100 pontos-base (1,00 ponto percentual).
“O comunicado, emitido após a reunião, adota uma linguagem um pouco mais suave do que a utilizada anteriormente para descrever o cenário e sinaliza a atuação apenas para a próxima reunião, deixando em aberto o cenário a partir do segundo trimestre”, projetam.
“Ainda assim, avaliamos que a piora consistente do cenário inflacionário demandará a continuidade do ciclo no segundo trimestre”.
Com relação ao fiscal, ela projeta que, com a volta do recesso parlamentar neste mês, as discussões em torno da aprovação do Orçamento deste ano.
Além disso, ela destaca que um “eventual novo equilíbrio das forças políticas, após a reforma ministerial, será importante para moldar o apoio à pauta do governo nesta segunda metade do mandato presidencial”.
Dessa maneira, a gestora voltou a ter uma posição tomada no mercado doméstico de renda fixa, além de ter aberto uma posição na curva de juros norte-americana, enquanto que, no mercado de câmbio, ela segue comprada em dólar, “majoritariamente contra o euro”.
Na renda variável, ela fez poucas mudanças na carteira de ações brasileira, mantendo níveis de proteção bastante elevados, inclusive em empresas domésticas cíclicas como destaque, por conta da posição mais conservadora adotada com o cenário macro.
Lá fora, a gestora fez algumas alterações em sua carteira, principalmente por conta de mudanças nos fundamentos das empresas, mantendo como destaque as empresas de tecnologia.
O Occam Retorno Absoluto FIC FIM, principal fundo da casa, registrou avanço de 0,75% em Janeiro, equivalente a 0,73% do CDI, seu índice de referência.