A gestora de recursos independente SPX, uma das principais do país, publicou, na semana passada, sua carta mensal destinada aos cotistas de seus fundos e investidores em geral referente a Setembro.
A publicação afirma que, na avaliação da gestora, o cenário global ainda apresenta incertezas, mas tem se tornado “mais favorável para economias emergentes”, à medida que o processo de flexibilização monetária ganha forças mundo afora.
Nos Estados Unidos, a economia segue desacelerando de forma controlada, com a inflação “mostrando moderação”.
Esse cenário acabou permitindo o Federal Reserve (FED), banco central norte-americano, a dar início ao ciclo de cortes de juros do país, dando continuidade ao processo nas próximas reuniões do seu comitê de política monetária “e favorecendo o cenário de soft landing global”.
No campo político, o resultado das eleições presidenciais de Novembro continua incerto, “com Kamala Harris e Donald Trump disputando posições-chaves nas pesquisas”.
Na China, a SPX destacou mais uma rodada de estímulos anunciados, sinalizando “uma mudança de postura das autoridades” do país.
“Na nossa avaliação, essa mudança de postura favorece mais a mitigação de cenários de risco do que uma mudança no nosso cenário base para a economia chinesa, que continua sendo de uma desaceleração controlada” avalia a gestora.
Já por aqui, a SPX afirma que “o cenário tem divergido do contexto global”.
“O Banco Central começou um ciclo de aumento de juros, na contramão do easing global, dada a necessidade de conter uma piora adicional das expectativas de inflação e promover uma moderação da atividade econômica e do mercado de trabalho, que seguem bastante fortes impulsionados pela política fiscal expansionista”, afirma.
“A combinação de juros elevados, déficits primários recorrentes e uma dívida pública crescente indica que a trajetória fiscal deve continuar pressionada no médio prazo”.
Além disso, a gestora destaca a falta de progresso em reformas estruturais “que poderiam endereçar esses desafios fiscais por meio de um crescimento maior e mais sustentado no longo prazo”.
“Com a dívida pública em ascensão e a ausência de reformas, o risco fiscal tende a crescer com o tempo, pressionando os fundamentos macroeconômicos do país”, conclui.
Com isso, no mercado de juros de economias desenvolvidas, a gestora segue aplicada em países onde enxerga espaço para que os BCs reduzam o nível de restrição monetária, enquanto que, por aqui, ela não tem uma posição direcional.
No mercado de câmbio, ela mantém posições relativas, com pouca exposição ao dólar.
No mercado de renda variável, ela segue com posições relativas em ações enquanto que, em commodities, ela sustenta sua posição comprada em metais preciosos.
“No mercado de crédito emergente, estamos otimistas com os bonds High Yield soberanos no atual cenário, e também seguimos com posições em histórias de reestruturação”, acrescenta.
Em Setembro, o SPX Nimitz, principal fundo da casa, registrou retorno de +1,94%, enquanto o CDI teve rentabilidade de +0,83%.