A gestora de recursos independente SPX, uma das principais do país, publicou, na semana passada, sua carta mensal destinada aos cotistas de seus fundos e investidores em geral.
A publicação inicia destacando a melhora no cenário internacional.
“Embora o cenário internacional ainda apresente incertezas, ele tem se tornado um pouco mais claro nas últimas semanas”, afirma.
“Com dados de inflação mais moderados e uma desaceleração controlada na atividade nos EUA, o Fed enfim telegrafou o início do ciclo de afrouxamento monetário para a próxima reunião de setembro”.
Com isso, a gestora indica uma mudança de posicionamento do mercado, que antes questionava quando os cortes nos juros do país iriam começar e que passou a questionar qual seria a sua magnitude.
Em meio a tudo isso, a SPX também comenta sobre o cenário político norte-americano, destacando que a candidatura da vice-presidente do país, Kamala Harris, tem ganhado força, “retirando o favoritismo de Donald Trump”.
“No fim, esses eventos representam uma redução do risco inflacionário global na margem e ajudam a consolidar um cenário internacional de flexibilização monetária”, conclui.
Olhando para o Brasil, a gestora pontua que, apesar de continuar tranquila com o contexto econômico atual, ela segue desconfortável com as perspectivas para o país.
Com relação ao presente, ela afirma que, ainda que esteja acima da meta, a inflação permanece em “níveis históricos confortáveis” que, atrelado à baixa taxa de desemprego, “tem sido favorável para a sensação de bem-estar da população”.
Já olhando à frente, a gestora diz que tem “preocupações crescentes”.
“Na nossa avaliação, o orçamento de 2025 divulgado na semana passada não endereça questões estruturais e superestima tanto a capacidade de aumento de receitas quanto a de revisão de gastos com fraudes”, afirma.
“O risco de maior gasto público persiste e deve aumentar ao longo de 2025 à medida que nos aproximamos das eleições de 2026”.
Com isso, ela espera um crescimento econômico mais fraco no ano que vem, que pode acabar pressionando ainda mais o arcabouço fiscal.
Nesse contexto, a gestora comenta que, no mercado de juros, ela segue aplicada em países onde vê espaço para que o nível de restrição monetária seja reduzido.
No mercado de moedas, ela mantém suas posições relativas, “com pouca exposição ao dólar americano”.
Já em renda variável, ela segue com posições relativas no mercado de ações e, em commodities, ela se mantém vendida em metais industriais e comprada em metais preciosos.
“Nos mercados de crédito emergente, estamos timistas com os bonds High Yield soberanos no atual cenário, e também seguimos com posições em historias de reestruturação”, complementa.
Em Agosto, o SPX Nimitz, principal fundo da casa, registrou retorno de 1,45% contra 0,87% do CDI. No ano, ele acumula rentabilidade de 6,30% ante 7,10% do seu índice de referência.