A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, anunciou, na última sexta-feira (20), que elevou a nota de crédito global da Embraer (EMBR3) de ‘BB+’ para ‘BBB-‘ e afirmou sua nota de crédito nacional em ‘AAA(bra)’, com perspectiva ‘Estável’ para ambos.
De acordo com o comunicado, a elevação “reflete a melhora dos perfis de produção e de entrega de aeronaves da Embraer e de sua rentabilidade, que, combinados com a redução da dívida bruta, vêm favorecendo os indicadores de crédito, que se aproximam de patamares mais condizentes com uma classificação ‘BBB-‘”.
“A Fitch acredita que os índices consolidados de alavancagem total e líquida da Embraer deverão se reduzir para 4,0 vezes e 0,9 vez no ano fiscal de 2024 e para 3,5 vezes e 0,7 vez até 2025, respectivamente”, acrescenta.
“Os ratings da Embraer refletem sua posição competitiva nos mercados de jatos comerciais e executivos; sua carteira de pedidos de USD21,1 bilhões; e a diversificação de sua carteira de produtos, que inclui programas de defesa e operações sólidas de seu segmento de serviços e suporte”.
Além disso, a agência também destaca o “robusto” perfil de liquidez da companhia, que é mantido, principalmente, fora do país, e suas elevadas receitas de exportação combinadas com algum fluxo de caixa operacional offshore como motivos para sustentar seu rating.
Para ter sua nota elevada novamente, a companhia precisa apresentar uma forte expansão de sua carteira de pedido de aeronaves E2 e do segmento de Defesa, “proporcionando à companhia maior diversificação geográfica e de negócios”, Margens Ebit e Ebitda “consistentemente” acima de 9% e 12%, respectivamente, geração de FCF positiva e de forma contínua, com a margem FCF consolidada permanecendo acima de 3%, e/ou índices de alavancagem total e líquida abaixo de 2,5x e 1x, respectivamente, “de forma contínua”, além de “forte posição de liquidez, sem grandes riscos de refinanciamento a médio prazo”.
Apesar disso, o comunicado admite que “a elevação dos IDRs para ‘BBB’ é improvável a curto e médio prazos, considerando a modesta diversificação geográfica e de produtos da Embraer, seu perfil de alavancagem bruta e a limitada geração de FCF em bases consolidadas”.
Já para ter sua nota rebaixada, a Embraer precisa de um volume de investimentos acima do esperado, “incluindo saídas de caixa adicionais relacionadas à Eve”, cancelamentos substanciais de pedidos, ou atrasos e aumento de custos em novos programas, Índices de alavancagem total e líquida permanecendo “consistentemente” acima de 4,5x e 2,5x, respectivamente, redução substancial em sua liquidez sem reduções proporcionais de dívidas, e/ou rebaixamentos, “em vários graus”, do rating soberano do Brasil juntamente com um rebaixamento semelhante no Teto-país.