A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, anunciou, na noite de ontem, que elevou os ratings global e nacional do Banco BMG (BMGB4) para ‘BB-‘ e ‘A(bra)’, respectivamente. Ambos com perspectiva ‘Estável’.
De acordo com a agência, a mudança “reflete a melhora da qualidade dos ativos do BMG, que elevou os indicadores de rentabilidade e capitalização do banco”.
“Também considera a otimização de eficiências operacionais da instituição após sua reestruturação estratégica”, acrescenta.
“Para a Fitch, os resultados mais robustos devem levar a uma melhora sustentável do desempenho financeiro do BMG a médio prazo, com Ãndices de Capital Principal (CET1) próximos a 10%”.
A publicação explica que o banco “é uma relevante instituição de médio porte no mercado doméstico de crédito consignado, força ainda mais sustentada por uma elevada participação de créditos com garantias em sua carteira, o que contribui para uma qualidade de ativos equilibrada e um adequado perfil de captação e liquidez”.
Sua forte especialização sustenta a geração de receita operacional, que cresceu 35% no segundo trimestre do ano, quando comparada com um ano antes.
Outro fator que a agência destaca é a reestruturação que a instituição passou no último ano e meio, com a nova administração implementando mudanças estratégicas e iniciativas de redução de custos que incluÃam venda de ativos não essenciais e redução da carteira de segmentos menos rentáveis.
“Embora os riscos de execução relacionados à intensa concorrência e à interferência regulatória no mercado de crédito consignado permaneçam relevantes para o cenário-base da Fitch, a agência considera positiva a mudança do BMG em direção a uma postura mais favorável, do ponto de vista de seu portfólio de crédito”, afirma.
Ela acredita que essas mudanças podem continuar otimizando suas receitas e estabilizando os custos, equilibrando a relação de risco-retorno da instituição.
Para ter seu rating novamente elevado, o BMG precisaria apresentar uma melhora “significativa” do seu perfil de negócios através de aumentos consistentes em sua receita operacional, com melhora do Ãndice resultado operacional/ativos ponderados por risco para mais de 3% e do Ãndice CET1 para mais de 12%, de forma sustentável.
Além disso, a agência ainda destaca que uma ação positiva no rating soberano brasileiro “resultaria de um fortalecimento da qualidade de crédito da instituição em relação a outros emissores brasileiros”.
“Isto pode decorrer principalmente de uma melhora consistente do perfil de resultados e dos indicadores de capitalização do BMG”, pontua.
Por outro lado, para ser rebaixado, o banco precisaria apresentar uma deterioração “acentuada” da qualidade de seus ativos, levando a uma deterioração sustentada do Ãndice resultado operacional/ativos ponderados por risco para menos de 1% e o Ãndice CET1/ativos ponderados por risco para baixo de 8%.