A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, rebaixou, nesta quinta-feira (29), a nota de crédito da Simpar (SIMH3) de  ‘AAA(bra)’ para ‘AA+(bra)’, enquanto afirmou seus IDRs em ‘BB’, tanto em moeda estrangeira quanto local.
De acordo com a agência, o rebaixamento “reflete a deterioração do perfil da Simpar dentro dos IDRs ‘BB'”.
“Os ratings internacionais se apoiam na significativa escala, no robusto perfil de negócios e na forte posição competitiva da empresa dentro da indústria brasileira de aluguel e logÃstica”, afirma.
“O grupo Simpar continua a se beneficiar de um portfólio de serviços diversificado e de contratos de longo prazo para parte significativa de suas receitas, o que lhe garante maior previsibilidade de geração de caixa”.
O principal fundamento levado em consideração pela Fitch foi a estrutura de capital pressionada que a companhia apresenta, com ela estimando que a Simpar deve manter “alavancagem financeira consolidada em desacordo com uma classificação ‘BB'”.
“O indicador dÃvida lÃquida ajustada consolidada/EBITDA ajustado deve permanecer de 4,5 a 5,0 vezes até 2026. Em 2023, foi de 5,0 vezes e, no perÃodo de 12 meses encerrado em junho de 2024, posicionou-se em 5,1 vezes, ante média de 4,6 vezes de 2019 a 2022”, projeta.
“A alta resulta da estratégia de crescimento historicamente agressiva da Simpar. Positivamente, a relação dÃvida total ajustada/EBITDA ajustado diminuiu, após o pico de 8,6 vezes de 2021, para 6,5 vezes no perÃodo de 12 meses encerrado em junho de 2024, devido, principalmente, à expansão do EBITDA”.
Além disso, ela também alterou a perspectiva para a nota de crédito da companhia de ‘Estável’ para ‘Negativa’, refletindo “a alavancagem financeira consolidada da Simpar, que está consistentemente acima do esperado e não condiz com os ratings atuais”.
“A prolongadamente alta alavancagem, resultado de maiores investimentos e menor retorno sobre o capital investido, também prejudicou a capacidade do grupo para converter EBITDA em fluxo de caixa”, explica.
Para ter sua nota rebaixada, a empresa precisaria ter limitações com relação à capacidade de acesso irrestrito ao caixa das empresas operacionais, incapacidade de preservar liquidez e acessar fontes de captação adequadas, apresentar uma redução prolongada da demanda, junto com incapacidade de ajustar operações, apresentar uma alavancagem lÃquida ajustada consolidada superior a 4,5x de forma contÃnua e/ou apresentar deterioração significativa dos negócios de locação de frotas e logÃstica do grupo.
Já para ter sua nota elevada, ela precisaria reduzir a relação da sua dÃvida lÃquida ajustada consolidada com o Ebitda para baixo de 3,5x de forma consistente e/ou apresentar um fortalecimento da escala e da rentabilidade do grupo, sem que ocorra uma deterioração adicional de sua estrutura de capital.
Além dessa alteração, a Fitch também rebaixou a nota da Vamos (VAMO3) para ‘AA+(bra)’, de ‘AAA(bra)’, visando ajustá-la em comparação à de sua controladora.