A Fitch, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, rebaixou as notas de crédito global e nacional da Azul (AZUL4) para ‘CCC’ e ‘CCC(bra)’, respectivamente.
A agência argumenta que os rebaixamentos “refletem o elevado risco de refinanciamento da Azul e o perfil de fluxo de caixa mais fraco, pressionado pela desvalorização do real”.
“A Fitch acredita que a probabilidade de a empresa conseguir levantar recursos necessários para melhorar significativamente sua estrutura de capital e/ou seu perfil de fluxo de caixa neste momento foi reduzida, refletindo um risco de crédito mais compatÃvel com a categoria de rating ‘CCC'”, acrescenta.
A Fitch argumenta que a companhia tem enfrentado problemas na geração de caixa, ocasionados pela desvalorização do real, perda de cerca de 10% das receitas provenientes das operações no Rio Grande do Sul e atrasos no recebimento de novas aeronaves.
“Isto, somado a elevados juros, pagamentos de aluguéis e investimentos que a Azul deve realizar, resulta em geração de fluxo de caixa livre negativo”, acrescenta.
Dessa maneira, a agência estima que o Ebitda da companhia no segundo trimestre deste ano deve ficar deve ficar entre R$3,3 bilhões e R$3,6 bilhões, ante necessidade de pagamento de R$4,1 bilhões de arrendamento e juros, conforme suas projeções.
“Em 30 de junho de 2024, a Azul tinha BRL1,5 bilhão em dÃvidas de curto prazo, com BRL1,2 bilhão vencendo no segundo semestre de 2024, e cerca de BRL1,4 bilhão em caixa prontamente disponÃvel, de acordo com a metodologia da Fitch”, pontua.
Com isso, a Fitch estima que, sem novas entradas em seu caixa, a companhia não será capaz de gerar fluxo suficiente para honrar seus compromissos, o que a levará a um problema de liquidez.
“A margem de segurança para evitar um processo de inadimplência — de acordo com as definições da Fitch — diminuiu, devido à pressão sobre o fluxo de caixa e à s renegociações ainda em andamento”, conclui.
A agência ainda ressalta que não projeta qualquer perspectiva de elevação da nota de crédito da companhia aérea “até que a empresa resolva suas necessidades de refinanciamento de curto prazo e as preocupações com a liquidez”, enquanto que, uma deterioração extra de sua liquidez, dificuldades para continuar acessando linhas de crédito, reestruturação de dÃvida ou de refinanciamento com termos mais fracos para os credores ou um possÃvel cenário de inadimplência poderiam levá-la a ser a rebaixada novamente.