A Moody’s, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, elevou a nota de crédito da BRF (BRFS3) de ‘Ba3’ para ‘Ba2’, com perspectiva ‘Estável’.
De acordo com a agência, a elevação “reflete uma forte melhora nas métricas de crédito, apoiada por um balanço patrimonial sólido e desempenho operacional”.
“A melhora é baseada na redução nos nÃveis absolutos de dÃvida, que continuará até o 2S24; melhora no desempenho operacional devido ao foco em eficiências internas, uma estratégia que capturou mais de BRL 3 bilhões em ganhos em 2023-1S24 e suporta maiores volumes e melhor mix de produtos; e fundamentos de mercado positivos, com forte desempenho em todos os mercados, levando a margens de EBITDA consolidadas nos nÃveis mais altos desde 2019”, afirma o comunicado.
“A recuperação no desempenho operacional é apoiada por uma combinação de fatores externos à empresa, como preços mais baixos de grãos e preços mais altos no Brasil e nos mercados de exportação, que ajudam a melhorar as margens. Durante o 1S24, a BRF obteve 57 novas licenças para acessar novos mercados, como Reino Unido, EUA e paÃses do sudeste asiático”.
Ela ainda acrescenta que suas estratégias contÃnuas na gestão de passivos reduzem o risco de liquidez da companhia e aumentam sua flexibilidade para “continuar a focar em eficiências operacionais e aproveitar fundamentos mais favoráveis ​​de oferta e demanda para mercados de aves/suÃnos”, com sua liquidez sendo reforçada por um saldo de caixa de R$11,5 bilhões e R$1,5 bilhão “totalmente disponÃvel sob linhas de crédito comprometidas”, reportados no segundo trimestre, o que lhe dá garantia de cobertura de suas dÃvidas até 2030, reduzindo o risco de refinanciamentos.
Além disso, a Moody’s afirma que sua nota segue respaldada pelo seu “forte perfil de negócios e liderança tanto em alimentos processados no Brasil quanto em exportações globais de aves”.
Já a perspectiva ‘Estável’ reflete a expectativa da agência de que a companhia será capaz de dar continuidade na alavancagem de suas operações, se beneficiando desses artifÃcios nos próximos 12 a 18 meses, “apoiada por menor alavancagem financeira e forte liquidez, mantendo geração de caixa livre positiva”, além de supor que a BRF manterá bons nÃveis de liquidez durante esse perÃodo.
Para ter sua nota novamente elevada, a companhia teria que sustentar seu desempenho operacional em nÃveis saudáveis, mantendo a geração de fluxo de caixa livre positiva e sua disciplina financeira em relação à alocação de capital.
“Um movimento de classificação ascendente exigiria que a BRF mantivesse uma forte posição de liquidez e reduzisse ainda mais a alavancagem, com DÃvida/EBITDA ajustado total sustentado em 3x ou menos, e cobertura de juros, medida pelo EBITDA/despesa de juros sustentada em 7x ou mais através dos diferentes ciclos de proteÃna, em particular ciclos de baixa”, acrescenta.
“Uma consideração ascendente também dependeria do posicionamento relativo à classificação da Marfrig Global Foods SA (Ba2 estável), que atualmente controla a BRF por meio de uma participação de 50,49% do capital total da empresa. É improvável que a BRF se posicione acima da classificação da Marfrig”.
Já para ser rebaixada, ela precisaria apresentar uma deterioração em seu desempenho operacional, uma queda na demanda de algum de seus mercados-chave ou uma deterioração em sua posição de liquidez.
“Quantitativamente, um rebaixamento também pode ocorrer se a dÃvida total ajustada/EBITDA aumentar e permanecer acima de 3,5x em uma base sustentada e o RCF/dÃvida lÃquida diminuir e permanecer abaixo de 20% em uma base prolongada”, afirma.