A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, reafirmou, ontem, o ranting ‘brAA-‘ em escala nacional da Magazine Luiza (MGLU3) e alterou sua perspectiva de ‘Negativa’ para ‘Estável’.
De acordo com a publicação, a companhia tem apresentado melhora em sua rentabilidade, com suas métricas de crédito apresentando desempenho em linha com as estimativas da agência.
Ainda que, olhando para a frente, o cenário seja desafiador, a S&P destaca que a companhia “tem mostrado desempenho resiliente em suas vendas de estoque próprio (1P) e nas lojas físicas, o que sustentou suas margens nos últimos trimestres”.
“Projetamos receitas de R$ 39,3 bilhões em 2024 e R$ 41,4 bilhões em 2025, com margem EBITDA ajustada em torno de 7,0% em 2024, aumentando para 7,5% em 2025”, acrescenta a publicação.
A agência estima que a Magazine Luiza deve encerrar 2024 com o seu endividamento ajustado ainda em patamar elevado, “porém sem concentração relevante de vencimentos no curto prazo e com melhor posição de liquidez, após o pagamento de cerca de R$ 3 bilhões de dívida e o aumento privado de capital de R$ 1,25 bilhão durante o ano”.
A perspectiva da S&P é que essa melhore se mantenha nos próximos trimestres, “apesar das taxas de juros ainda elevadas e dos riscos da indústria de varejo discricionário brasileira”, o que deve levar a relação de sua dívida líquida ajustada sobre o Ebitda de 4,5x neste ano para 3,8x no ano que vem e 3,3x em 2026.
Para a companhia ter uma elevação em sua nota, ela precisaria apresentar “recuperação consistente das margens nos próximos trimestres, levando à desalavancagem esperada”.
“Nesse cenário, esperaríamos dívida ajustada sobre EBITDA abaixo de 3,5x de forma consistente e cobertura de juros pelo EBITDA tendendo a 3,0x”, acrescenta.
Por outro lado, para ser rebaixada, ela precisaria apresentar uma deterioração de suas métricas de crédito.
“Esse cenário seria possível em caso de condições macroeconômicas persistentemente desfavoráveis para o setor de varejo, com impacto nos gastos discricionários do consumidor, ou devido à concorrência acirrada no varejo”, explica.
“Nesse cenário, esperaríamos um índice de dívida ajustada sobre EBITDA acima de 5,0x em 2025 e cobertura de juros pelo EBITDA abaixo de 2,0x em base consistente, além de liquidez enfraquecida, com dificuldades no refinanciamento de dívidas”.