A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, rebaixou, na semana passada, a nota de crédito da Azul (AZUL4) de ‘CC’ para ‘C’, em escala global, e de ‘CC(bra)’ para ‘C(bra)’ em escala nacional.
A agência explicou que os rebaixamentos “seguem a oferta de troca de notas seniores com garantia first-out com vencimento em 2028 e notas seniores com garantia second-out com vencimento em 2029 e 2030 por novas notas seniores com garantia first- e second-out”.
“A metodologia da Fitch considera essa transação uma troca de dÃvida em situação crÃtica (DDE). A transação não causa haircut imediato na dÃvida nem extensão de vencimento, mas piora os termos de subordinação estrutural para os detentores dos tÃtulos e possibilita uma conversão faseada de dÃvida em capital. Eventuais notas remanescentes da troca se tornarão obrigações sem garantia”, comenta.
Ela ainda comenta que, caso a operação seja concluÃda com sucesso, os ratings da companhia serão rebaixados para Inadimplência Restrita (RD), com a agência reavaliando as notas de crédito “com base em sua projeção de estrutura de capital sustentável, liquidez, perfil de risco de dÃvida e riscos da indústria aérea”.
“ConcluÃda a operação, quaisquer obrigações remanescentes sem garantias provavelmente serão elevadas para graus abaixo do novo IDR, devido ao menor grau de proteção e prioridade na estrutura de capital”, acrescenta.
A perspectiva da agência é que a Azul deve ter o seu pico de alavancagem em 2024, com ela caindo à partir do ano que vem e ficando abaixo de 4,5x em 2026.
“As contÃnuas melhorias da geração de EBITDA devem ajudar a restaurar seu perfil de crédito a médio prazo. O cenário-base da Fitch prevê Ãndices de alavancagem lÃquida e dÃvida total ajustada/EBITDAR em torno de 5,7 vezes e 5,5 vezes, respectivamente, em 2024, caindo para 5,0 vezes e 4,7 vezes em 2025, e 4,8 vezes e 4,5 vezes em 2026. A Fitch calcula a dÃvida da Azul totalizando BRL33,9 bilhões em 31 de dezembro de 2024”, projeta.