A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, anunciou, na última sexta-feira (6), que rebaixou a nota de crédito da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) de ‘BB’ para ‘BB-‘ em escala global e de ‘brAAA’ para ‘brAA+’ em escala nacional.
De acordo com a publicação, o rebaixamento foi ocasionado pelo alto grau de endividamento da companhia.
“A alavancagem da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) atingiu o pico em setembro de 2024, em meio a margens mais fracas do que o esperado na mineração e dívida alta”, afirma.
“A dívida ajustada sobre EBITDA atingiu 6,4x, enquanto a geração interna de caixa (FFO – funds from operations) permaneceu em 6,2%”.
A agência destaca que os resultados da companhia no terceiro trimestre do ano “ficaram abaixo das expectativas, apontando para um EBITDA mais fraco em 2024”.
“Os preços mais baixos do minério de ferro, que ficaram abaixo de US$100 durante a maior parte de agosto e setembro, compensaram os maiores volumes e a redução nos custos de produção no terceiro trimestre, com a margem de mineração da CSN caindo para cerca de 37,6%, ante 47,5% no segundo trimestre de 2024 e 45,4% no terceiro trimestre de 2023”, comentam.
“Ao mesmo tempo, embora melhorando em uma base trimestral, as margens da siderurgia têm se recuperado mais lentamente do que o esperado, dados os volumes ainda altos de aço importado, principalmente da China”.
Ainda que acreditem que uma melhora deve ocorrer no quarto trimestre, a projeção para seu Ebitda consolidado foi reduzida de R$10 bilhões para R$8,7 bilhões, abaixo dos R$9 bilhões reportados no ano passado.
Para o ano que vem, apesar do ambiente desafiador, com dúvidas com relação à economia chinesa e impactos ocasionados por uma taxa Selic maior do que a prevista, a agência acredita que a companhia deve apresentar uma “recuperação significativa”, com seu Ebitda rondando os R$10,5 bilhões “em função de iniciativas de custos e maiores volumes”.
Essa melhora deve ocasionar uma queda da alavancagem, mas a sua dívida nominal deve permanecer alta, nas projeções da S&P, justificando, portanto, uma redução de sua nota de crédito.
A perspectiva atribuída ao novo rating é ‘Estável’, refletindo a expectativa “e que a CSN reduzirá a alavancagem, com índice de dívida sobre EBITDA próximo de 4,5x até o final de 2025”.
“Nosso caso-base considera que isso seja resultado de melhorias graduais nos volumes e das medidas da empresa para fortalecer a rentabilidade, resultando em maior EBITDA”, pontua.
“Ainda assim, a dívida nominal permanecerá alta e a CSN terá capacidade limitada para reduzi-la, com carga de juros e capex altos mantendo o FFO sobre dívida abaixo de 12% e baixo FOCF nos próximos anos”.
Além do rebaixamento da holding, a agência também anunciou o rebaixamento da nota de crédito da CSN Mineração (CMIN3) de ‘brAAA’ para ‘brAA+’ em escala nacional.