A Fitch, uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, anunciou, ontem (10), que elevou a nota de crédito da Prio (PRIO3) de ‘AA+(bra)’ para ‘AAA(bra)’ em escala nacional, com perspectiva ‘Estável’.
“A elevação do Rating Nacional de Longo Prazo da PRIO acontece após a conclusão da aquisição da Sinochem”, explica a publicação.
“Com a transação, a PRIO passa a deter participação de 40% no campo de Peregrino, o que aumenta significativamente sua escala”.
A agência argumenta que essa aquisição aumenta em 18% suas reservas comprovadas (1P), para 740 milhões de barris de óleo equivalente (boe) e em 42% sua produção 1P, para 120 mil kboe/dia.
“Na opinião da Fitch, a maior escala e a manutenção de baixa alavancagem financeira mais do que compensam o ligeiro impacto negativo na eficiência da PRIO”, argumentam.
“O desconto médio na venda de óleo em relação ao Brent deve aumentar para USD5,5/boe, de USD3,0/boe, refletindo a qualidade inferior do óleo de Peregrino, enquanto o custo de extração (lifting cost) deve aumentar ligeiramente”.
A Fitch projeta que a companhia deve permanecer entre as produtoras independentes de petróleo mais eficientes do mundo, “gerando recursos das operações (FFO) próximos a USD37/boe produzido”.
“A Equinor, que detém os 60% restantes, continuará operando a Sinochem. A aquisição reduz os riscos operacionais por meio de maior diversificação de ativos e deixa a PRIO melhor posicionada para desenvolver oportunidades de crescimento”, pontuam.
Apesar disso, os analistas da agência deixam claro que os nÃveis de produção considerados em seu cenário-base “dependem de a PRIO obter licenças para perfurar no campo de Wahoo e lançar os dutos que conectarão sua produção ao FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading – Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) do campo de Frade, além de aprovações ambientais para melhorias (workovers) nos campos de Frade e Tubarão Martelo”.
“De acordo com as projeções da agência, a produção da PRIO será de 82kboe/d em 2024 e de 154kboe/d em 2025 e atingirá o pico de 175kboe/d em 2026. As estimativas contemplam, ainda, que os quatro poços de Wahoo estarão operacionais até o final de 2025, adicionando cerca de 27kboe/d em 2025 e 40 kboe/d em 2026”, comentam.
Para eles, o inÃcio das operações da Wahoo no ano que vem e o forte crescimento de Albacora Leste “devem mais do que compensar a depleção dos outros campos”.
Além da aquisição, a nota ainda destaca o forte perfil financeiro da Prio (PRIO3) e sua elevada eficiência como outros fatores que sustentam a elevação de sua nota de crédito.
Apesar de estarem no patamar mais alto da escala nacional, para subir mais um degrau na escala de ratings global, a petrolÃfera precisará apresentar uma produção lÃquida de aproximadamente 150 kboe/d “em bases contÃnuas”, mantendo a vida útil das reservas 1P de, pelo menos, 10 anos e/ou reservas 1P próximas a 800 milhões de boe.
Por outro lado, para ter sua nota de crédito rebaixada, a Prio (PRIO3) precisa apresentar uma deterioração no seu perfil de liquidez, com seu Ãndice dÃvida/Ebitda consistentemente permanecendo acima de 3,0x, além de fortes interrupções operacionais nos seus principais ativos que levem a uma redução significativa de sua produção.