A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, reafirmou, nesta semana, os ratings ‘BB-‘ em escala global e ‘brAA+’ em escala nacional da Cemig (CMIG3; CMIG4), elevando suas perspectivas de ‘Estável’ para ‘Positiva’.
De acordo com o comunicado, a companhia vem apresentando métricas de crédito mais fortes do que esperava a agência, “devido ao seu sólido desempenho operacional e à s recentes vendas de ativos, o que deve ajudar a financiar os investimentos (capex) significativos”.
A S&P argumenta que pode elevar as notas de crédito da companhia nos próximos 12 a 24 meses, mesmo que o capex de R$35,6 bilhões estipulado para o perÃodo entre 2024 a 2028 deva resultar em um fluxo de caixa operacional livre (FOCF, na sigla em inglês) “consistentemente negativo” nos próximos anos.
Isso porque, de acordo com ela, caso esses investimentos venham a reforçar o fluxo de caixa, eles devem melhorar as métricas de crédito da Cemig, justificando a ação de rating, como é chamado no mercado.
“Em nossa visão, isso [investimento de R$35,6 bilhões nos próximos 5 anos] expõe o grupo a riscos de execução, especialmente em 2026, quando esperamos que os investimentos atinjam o pico de R$ 7 bilhões e um FOCF negativo de cerca de R$ 2,7 bilhões”, afirma a agência.
“No entanto, se o grupo mantiver seu desempenho operacional favorável e a geração de caixa de seus investimentos se materializar, acreditamos que a CEMIG poderia reduzir suas necessidades de caixa, permitindo a manutenção das suas atuais métricas de crédito confortáveis”.
Para ter seu rating elevado, a companhia precisaria reportar um FOCF “moderadamente negativo nos próximos anos”, mantendo sua dÃvida lÃquida ajustada em 3,0x a 3,5x o seu Ebitda e o FFO acima de 20% de sua dÃvida, “desde que o estado de Minas Gerais continue não interferindo nas operações do grupo”.
“As métricas de crédito podem se fortalecer, por exemplo, se a CEMIG gerar mais caixa com seus investimentos ou se continuar vendendo ativos para reduzir seu endividamento bruto”, acrescenta.
Por outro lado, para ter sua perspectiva rebaixada para ‘Estável’ novamente, ela teria que apresentar uma piora em suas métricas de crédito, “com dÃvida sobre EBITDA consistentemente acima de 4,5x, FFO sobre dÃvida abaixo de 13% e FOCF negativo”.
“Em nossa visão, os fluxos de caixa poderiam piorar devido aos custos de energia consistentemente mais altos se a hidrologia enfraquecesse ao longo de 2025”, comenta a publicação.
“Métricas de crédito mais fracas também podem resultar de investimentos muito mais altos do que o esperado ou de uma grande aquisição financiada por dÃvida sem que o fluxo de caixa compense esse aumento”, acrescenta, citando, também, uma piora em sua liquidez “em função dos desafios de refinanciamento ou devido a uma folga mais limitada em suas cláusulas contratuais restritivas (covenants)”.