A Standard&Poor’s (S&P) anunciou ontem (16) que elevou a nota de crédito em escala global da Gerdau (GGBR4) para ‘BBB’, de ‘BBB-‘, com perspectiva ‘Estável’.
De acordo com a publicação, a elevação se deu por conta da baixa alavancagem e pela sólida liquidez apresentada pela companhia, “mesmo com os preços baixos em seus principais mercados”.
“A empresa registrou dÃvida ajustada sobre EBITDA de 0,8x e geração interna de caixa (FFO – funds from operations) sobre dÃvida de 87,5% nos 12 meses findos em 30 de junho de 2024, apesar de sua margem EBITDA ter caÃdo para 16%, em comparação aos 16% no mesmo perÃodo do ano passado”, afirma.
Olhando à frente, a agência projeta que a Gerdau deve manter sua alavancagem baixa enquanto enfrenta condições de mercados mais fracas, com seu “comprometimento em manter um balanço patrimonial robusto, com uma forte posição de caixa e dÃvida bruta nominal controlada”.
“Acreditamos que as polÃticas financeiras conservadoras da Gerdau devam manter a alavancagem lÃquida confortavelmente abaixo de 1,5x e sustentarão uma geração de caixa consistente e robusta”, afirma.
“Atualmente, a empresa tem metas de alavancagem lÃquida de cerca de 1,0x-1,5x, dÃvida bruta em torno de R$ 12 bilhões, pagamento de dividendos de 30% do lucro lÃquido do ano anterior e caixa mÃnimo de R$ 5 bilhões-R$ 6 bilhões”.
Ela acredita que “tais polÃticas proporcionam um colchão contra desacelerações do setor”.
Além disso, a publicação também destaca os investimentos que a companhia fez recentemente em eficiência que, junto com sua diversificação geográfica e de mix de produtos, devem sustentar uma sólida geração de Ebitda.
A S&P estima que a companhia deve apresentar um FOCF robusto e uma liquidez sólida, apesar do Capex significativo que ela apresenta.
“Isso deve beneficiar a posição de liquidez da empresa, juntamente com um perfil de vencimento de dÃvida alongado e uma posição de caixa já sólida(além de sua linha de crédito rotativa não sacada de cerca de US$875 milhões com vencimento em 2027)”, projeta.
Já com relação à perspectiva ‘Estável’, a agência afirma que ela reflete a “expectativa de que a Gerdau mantenha uma alavancagem lÃquida de 0,5x-1,0x pelos próximos 18-24 meses, apesar de um plano de capex significativo e maior remuneração aos acionistas”.
“Além disso, acreditamos que as polÃticas financeiras conservadoras da empresa a possibilitarão manter uma alavancagem controlada – abaixo de 1,5x– mesmo durante perÃodos de desaceleração”, acrescenta.
“Além disso, esperamos que a Gerdau mantenha um a sólida reserva de liquidez para resistir a uma potencial crise e passar no nosso teste de estresse para ser avaliada em até dois degraus acimada avaliação de transferência e conversibilidade (T&C) ‘BBB-‘ do Brasil”.
Para ter sua nota elevada nos próximos 18 a 24 meses, a companhia precisa manter seu histórico mais longo de dÃvida ajustada sobre Ebitda abaixo de 1,5x e FFO sobre dÃvida acima de 60% durante as desacelerações do setor.
“Nesse cenário, esperarÃamos que a empresa apresentasse uma base de ativos e uma rede operacional maiores para sustentar sua posição no setor, ao mesmo tempo que registrasse margens menos voláteis ao longo dos ciclos do setor”, acrescenta.
Ela também destaca que a capacidade da companhia de continuar apresentando liquidez sólida para passar nos testes de estresse para ser classificada até dos degraus acima da avaliação T&C’BBB-‘ do Brasil é essencial para uma futura elevação.
Já para ser rebaixada a companhia precisa manter sua dÃvida ajustada sobre Ebitda acima de 1,5x e FFO sobre dÃvida abaixo de 60% por um “perÃodo consistente após uma potencial desaceleração do setor”.
“Esse cenário também pode resultar de uma remuneração mais agressiva aos acionistas, fusões ou aquisições significativas ou má gestão do capital de giro, levando a uma queima substancial de caixa”, pontua.
A S&P também acrescenta que os seus ratings podem ser rebaixados caso sua liquidez enfraquecesse, “limitando sua capacidade de continuar sendo avaliada acima de nossa avaliação T&C do Brasil”.