A S&P Global, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, anunciou ontem (2) à noite que rebaixou a nota de crédito da Azul (AZUL4) de ‘brBB-‘ para ‘CCC+’.
O rebaixamento foi ocasionado pelos resultados da companhia no primeiro semestre deste ano, que foram mais fracos do que o esperado pela agência, “ampliando seu déficit de fluxo de caixa operacional livre(FOCF – free operating cashflow) neste ano e enfraquecendo a liquidez”.
“A desvalorização do real (R$) e uma redução da capacidade e dos yields prejudicaram os resultados da Azul no segundo trimestre. Agora estimamos um crescimento de receita de 3%-4% para 2024″, afirma a agência.
“Além disso, projetamos uma margem EBITDA saudável de cerca de 28,0%, ante 25,2% em 2023. Esperamos que o EBITDA da Azul cresça para cerca de R$ 5,2 bilhões este ano, de R$ 4,7 bilhões em 2023, mas os investimentos (capex) e os pagamentos de arrendamento devem pesar sobre os resultados”.
Com isso, a S&P projeta “déficits materiais de FOCF após pagamentos de arrendamento de cerca de R$ 1,6 bilhão neste ano e em 2025”.
A agência projeta que os arrendamentos operacionais e as necessidades de capex são “significativas”, totalizando aproximadamente R$5 bilhões anuais tanto este ano quanto no próximo, o que deixa a sua liquidez mais apertada e as opções de refinanciamento mais limitadas.
“A empresa confirmou que está em negociações com os arrendatários para converter parte(US$558 milhões) de seus passivos de arrendamento em ações , além de estar trabalhando em algumas alternativas para obter novo financiamento secured para fortalecer a liquidez”, acrescenta.
Além de rebaixar o rating da companhia, a agência também atribuiu perspectiva ‘Negativa’ para a nova nota, refletindo um possÃvel novo rebaixamento nos próximos 6 a 12 meses “se as negociações com os arrendatários não forem bem-sucedidas ou demorarem além do que esperamos, e/ou se a geração de fluxo de caixa da Azul e sua capacidade de acessar financiamentos de longo prazo enfraquecerem”.
Para que a nota da Azul volte a subir, ela precisará de um “alÃvio significativo de liquidez decorrente de novos recursos em caixa provenientes de partes interessadas”.
“Além disso, uma elevação dos ratings dependeria da conclusão das negociações com as partes interessadas, diminuindo os riscos de um a reestruturação da dÃvida”, acrescenta.