A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de risco do mundo, reafirmou, ontem (16), o rating da Even (EVEN3) em ‘brAA+’, porém reduziu a perspectiva da nota de crédito da companhia para ‘Negativa’, de ‘Estável’.
A mudança foi justificada pela agência pelos riscos decorrentes de menores escala, diversificação geográfica e de projetos.
“Com a redução da participação da Even na Melnick Desenvolvimento Imobiliário S.A. (não avaliada), nossa expectativa é que o VGV dos lançamentos da empresa diminua a partir de 2024, com uma média de R$ 1,3 bilhão nos próximos três anos, representando um a queda de 77% em relação aos R$ 2,3 bilhões reportados em 2023”, afirma o comunicado.
“Além disso, a gestão da empresa está direcionando seu foco para um menor número de projetos, porém estes com VGVs mais elevados ou realizados em parceria, com o objetivo de melhorar a eficiência operacional”.
Para a S&P, apesar da estratégia poder proporcionar um aumento de sua rentabilidade e diminuir a exposição de caixa de seus empreendimentos, graças a um maior fluxo de recursos provenientes da venda de unidades de alto padrão, ela também eleva o risco de sua operação, “em virtude da exposição a um número limitado de projetos, fator que pode aumentar a volatilidade nas métricas operacionais e de crédito”.
O documento afirma que a nota de crédito da companhia pode ser rebaixada caso ocorram pressões em sua liquidez ou se ela não apresentar “sinais de recuperação em suas métricas em 2024 e 2025, com desempenho operacional volátil e abaixo dos pares avaliados, resultando em diminuição adicional em escala e diversificação, além de queda nas margens”.
“Como resultado, acreditamos que a Even apresentaria FFO s obre dÃvida abaixo de 12%, fluxo de caixa operacional (OCF – operating cash flow) negativo ou cobertura de juros pelo FFO abaixo de 2x de maneira consistente”, acrescenta.
Por outro lado, para ter sua perspectiva restabelecida para ‘Estável’, ela precisaria “demonstrar uma melhoria consciente nas métricas operacionais e de crédito apesar das menores escala, e diversificação geográfica e de produtos”.
“Nesse cenário, observarÃamos FFO s obre dÃvida bruta ajustada significativamente acima de 12%, cobertura de juros pelo FFO acima de 2x e geração de caixa operacional positiva, de forma consistente, ao mesmo tempo que a empresa mantém posição de liquidez para cumprir suas obrigações de curto prazo”, conclui.