A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de risco do mundo, elevou as notas de crédito da Oi (OIBR3; OIBR4) de ‘CCC-‘ para ‘CCC’, na escala global, e de ‘brCCC+’ para ‘brB’ em escala nacional, além de ter os retirado da listagem de CreditWatch positiva.
De acordo com a agência, a alteração foi ocasionada pela conclusão da troca da dívida da companhia, que foi aprovada em seu plano de recuperação judicial (RJ), o que culminou em uma menor dívida bruta.
“Estimamos dívida bruta de R$ 32,4 bilhões após essa troca. Se incluíssemos os cortes (haircuts) opcionais, a dívida bruta total seria de cerca de R$ 13 bilhões”, comenta.
“Da dívida existente, restarão US$12 milhões em notas senior unsecured com vencimento em 2026,a oferta geral existente com vencimento em 2042 de cerca de R$ 5,9 bilhões e o empréstimo com vencimento em 2026 de R$ 16 milhões do Banco de Brasília. A Oi tem a opção de pagar antecipadamente esta oferta geral com um haircut de 85%”.
A agência ainda explica que o “financiamento debtor-in-possession (DIP) restante de cerca de US$500 milhões será convertido em novas notas prioritárias com vencimento em 2027″ e que “o financiamento DIP da V.Tal de US$ 150 milhões com vencimento em 2027, que é um a nova dívida prevista no plano de recuperação judicial, foi desembolsado em 8 de agosto”.
Já os R$29 bilhões que sobram serão trocados em três opções: “R$12 bilhões serão convertidos em notas roll-up de R$ 6,75 bilhões com vencimento em 2028, e o valor restante convertido em ações da Oi”, “8% convertidos em um novo empréstimo com vencimento em 2044 e 92% em um novo empréstimo com vencimento em 2050” e em um “novo empréstimo com vencimento em 2052, a ser pago em cinco parcelas anuais”.
A perspectiva para as notas, porém, é ‘Negativa’, com a agência explicando que ela reflete “nossa visão de que a empresa gerará EBITDA negativo durante os próximos dois anos e depende de eventos favoráveis, como a venda de ativos, para melhorar sua capacidade de pagamento”.
Para que suas notas voltem a ser rebaixadas, a agência explica que a companhia teria de enfrentar atrasos nas vendas de seus ativos ou na recuperação de seu fluxo de caixa nos próximos 6 a 12 meses, “o que poderia levar à deterioração das operações e à piora da liquidez”.
Por outro lado, para ter seus ratings elevados, ela terá que “conseguir concluir as vendas de ativos e retomar suas operações, resultando em geração de EBITDA positiva”.