A Standard&Poor’s (S&P), uma das principais agências de classificação de riscos do mundo, reafirmou as notas de crédito ‘BB’, em escala global, e ‘brAAA’, em escala nacional, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3).
Apesar disso, ela rebaixou as perspectivas para seus ratings de ‘Estável’ para ‘Negativa’, justificando que a companhia tem “reportado métricas de crédito mais fracas”.
Ela argumenta que esse cenário é ocasionado pela concorrência mais acirrada no mercado de aço brasileiro decorrente dos altos nÃveis de importação do produto, o que tem pressionado os resultados das companhias do setor.
“Para a CSN, os preços médios caÃram 6% no primeiro semestre em relação ao mesmo perÃodo do ano passado, mesmo com os volumes totais crescendo cerca de 10%”, pontua.
Apesar disso, a agência analisa que a companhia tem buscado reduzir seus custos e focado em produtos com maior valor agregado, aliviando os impactos da queda nos preços praticados para o aço.
“Como resultado, a margem EBITDA do aço está mostrando sinais de melhora mensalmente, em bora tenha permanecido em 5,1% no primeiro semestre”, concluiu.
Com relação ao futuro, a agência espera “uma melhoria gradual no segundo semestre, com um melhor mix de produtos, aumento de preços e medidas de eficiência, além de melhores condições gerais no mercado interno (impulsionadas pelo recente aumento de impostos e cotas sobre o aço importado, adotadas pelo governo federal)”.
“Tudo isso – somado ao desempenho sólido das divisões de mineração, cimento e outras – ajudará a CSN a atender à s expectativas de menor alavancagem”.
Sendo assim, a S&P revisou para baixo suas projeções para o Ebitda e a margem Ebitda da companhia neste ano, que passaram a R$10 bilhões e 19,8%, respectivamente.
Além disso, a agência também projeta que a companhia deve manter uma “abordagem arrojada” com relação aos investimentos a serem feitos e o pagamento de dividendos, o que, atrelado ao pagamento de juros, deve levá-la a ter “saÃdas de caixa significativas e recorrentes”.
Sendo assim, eles revisaram a perspectiva de seus ratings de ‘Estável’ para ‘Negativa’, refletindo “uma chance em três de rebaixamento dos ratings nos próximos 6-12 meses se a CSN não conseguir reduzir sua alavancagem ajustada para aproximadamente 4,0x-4,5x em 2024-2025, seja por causa de maior deterioração nos segmentos de aço e minério de ferro ou por um a abordagem mais agressiva com relação a investimentos e remuneração dos acionistas”.
“Um rebaixamento também pode refletir crescentes pressões na liquidez, dada a geração de caixa menor do que a esperada, uma carga de juros persistentemente alta e saÃdas de caixa continuamente elevadas”, acrescenta.