A Vale (VALE3) divulgou ontem (15), após o fechamento do mercado, sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre do ano.
A companhia reportou produção de 90,9 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro, alta de 5,5% em comparação a um ano antes e de 13% quando comparada com o trimestre anterior.
Essa é o maior volume produzido da commodity pela mineradora desde o quarto trimestre de 2018 e foi puxado pelo período mais seco, que reduziu o número de interrupções por conta da chuva.
A produção de pelotas cresceu 16,5% no comparativo trimestral e 12,9% no comparativo anual, para 10.636 Mt, enquanto a produção de cobre avançou 9,3% no trimestre e 5,3% no ano, para 85,9 Mt.
Já a produção de níquel registrou alta de 68,8% no comparativo trimestral e de 11,9% no comparativo anual, para 47,1 Mt.
Olhando para as suas vendas, a companhia vendeu 81,84 milhões de toneladas métricas (Mt), alta trimestral de 2,6% e anual de 1,6%, enquanto as vendas de níquel cresceram 18,7% em comparação ao trimestre anterior e 3,8% em comparação a um ano antes, para 40,7 Mt.
Já as vendas de cobre recuaram -1,2% no comparativo trimestral e registraram crescimento de 1,9% em comparação a um ano antes, para 75,2 Mt.
Com relação aos preços praticados pela companhia, a média dos Finos de minério foi de US$90,6/tonelada, recuando -7,7% em comparação ao trimestre anterior e -13,8% em comparação a um ano antes, enquanto o valor por tonelada das Pelotas de minério de ferro caiu -5,7% no comparativo trimestral e -8,1% no comparativo anual, para US$148,2.
Da mesma maneira, os preços praticados na venda do níquel recuaram -8,7% em comparação ao trimestre anterior e -19,9% em comparação ao mesmo período de 2023, para US$17.012 por tonelada
Já com relação às negociações do cobre, os preços recuaram -2% no comparativo trimestral, mas cresceram 16,6% quando comparado com um ano antes, para US$9.016 por tonelada.
O resultado dividiu os analistas.
O Citi o considerou positivo, com seus analistas destacando a melhor produção de minério de ferro desde 2018, além das produções de cobre e níquel terem apresentado desempenho acima do projetado por eles.
A instituição tem recomendação de “Compra” para as ADRs da companhia.
A XP afirmou que os números vieram em linha com o estimado, destacando os resultados melhores em Níquel, “compensados por um desempenho mais fraco do que o esperado nas operações de Pellets (EBITDA ajustado do 3T24E de ~US$3,6 bilhões inalterado em relação à nossa previsão anterior)”.
Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam o relatório, destacaram a manutenção dos níveis de embarque de minério de ferro em comparação a um ano antes, “apesar de um aumento de produção de +5% (atingindo a maior produção desde o 4T18), com a diferença explicada por um aumento de 5,5Mt nos estoques no 3T24”, os embarques de pellets “ligeiramente abaixo” das expectativas, ainda que a produção tenha aumentado em 18% no comparativo anual e a recuperação da produção de níquel “impulsionada pelo melhor desempenho nas operações do Canadá”.
“Além disso, a Vale reafirmou seu guidance de produção para 2024E (produção anualizada de minério de ferro 9M24 em ~99% da faixa média da Vale)”, acrescentam.
A XP tem recomendação de “Compra” para suas ações (VALE3), com preço-alvo de R$82,00, com potencial de ganho de 34,05% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$61,17.
Já o time de análises da Genial afirmou que o desempenho não foi tão bom quanto parece.
“Podemos dizer que a Vale reportou resultados positivos do lado operacional, apresentado números melhores vs. a nossa estimativa na divisão de ferrosos, tanto para produção quanto para embarques, em finos de minério de ferro e em pelotas”, afirmam os analistas Igor Guedes, Lucas Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza, que assinam o relatório.
“Embora tenha de fato ocorrido, a elevação dos embarques em finos de minério de ferro foi relativamente marginal perto do que já esperávamos. Por outro lado, os fortes números de produção e vendas de pelotas merecem destaque, marcando entregas bem acima das expectativas, alcançando a maior produção trimestral desde 2018”.
O quarteto ainda acrescenta que o preço em finos de minério “foi uma decepção”.
Apesar disso, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$78,50, com potencial de ganho de 28,33%, argumentando que não é que “as perspectivas sejam positivas e sim que, diante do viés negativo que as ações ficaram submersas, a redução de alocação dos gestores de fundos foi tão profunda que veio a penalizar a companhia além do ponto que acreditamos ser justo”.