A Alpargatas (ALPA4) divulgou, na noite de ontem (7), seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano.
A companhia reportou lucro lÃquido de R$57,3 milhões, revertendo o prejuÃzo de R$8,5 milhões registrado no mesmo perÃodo de 2023. O resultado foi puxado por melhorias em sua estrutura de capital e pela redução de custos operacionais.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais do que dobrou em um ano, avançando 111,8%, para R$124,2 milhões. Com isso, sua margem Ebitda cresceu 5,4 pontos percentuais, para 12,0%.
Já sua receita lÃquida registrou crescimento anual de 16,1%, para R$1,027 bilhão.
Para o Bradesco BBI, o resultado foi misto.
“Apesar da ligeira perda de lucratividade, houve uma expansão decente da margem bruta (agora com menos ajustes de itens não recorrentes e baixas), bem como um forte crescimento da receita no Brasil, embora parcialmente impulsionado por um pull-forward de vendas. Vemos a evolução da margem EBITDA da divisão brasileira e a normalização da linha de base de crescimento dessa divisão como uma prova do progresso da recuperação da ALPA”, afirmam os analistas da instituição.
“O ponto baixo, no entanto, foi o aumento do SG&A, que levou a aumentos estruturais (provisão de bônus, novos executivos), bem como investimentos estratégicos discricionários em marketing para construção de marca — uma decisão que avaliamos como a correta para o longo prazo”.
Eles também destacam o “descompasso entre os volumes de sell-in (+13% YoY) e sell-out (-3% YoY) no Brasil”, que parece ser impulsionado, principalmente, pela decisão da companhia de puxar as vendas para a frente, em uma tentativa de melhorar sua eficiência, achatando o pico das operações no próximo trimestre.
Com isso, o BBI manteve recomendação “Neutra” para suas ações (ALPA4), com preço-alvo de R$8,50, com potencial de ganho de 19,89% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$7,09.
Da mesma maneira, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, da XP, consideraram o resultado misto, com a operação doméstica “registrando fortes tendências de receita e rentabilidade, mas ainda sendo ofuscado pelas operações internacionais pressionadas”.
Olhando para os números apresentados, o trio destaca a rentabilidade da empresa.
“A rentabilidade foi o destaque, já que a margem bruta consolidada aumentou 7,1 p.p. A/A, com expansões sólidas tanto no Brasil (+7,0 p.p.) quanto nas operações internacionais (+7,9 p.p.). O CPV/par foi reduzido em 10% devido a ganhos de escala, diluição das despesas da fábrica, eficiências de produção e menores custos de matéria-prima, embora a baixa de estoques ainda tenha sido um fator negativo (-1,1 p.p.)”, comentam.
“Em nÃvel de EBITDA, o Brasil teve uma expansão de +5,6 p.p. em função da alavancagem operacional e uma queda de 10% em função das despesas relacionadas ao programa de orçamento base zero, enquanto o EBITDA internacional permaneceu negativo, em -R$49 milhões, uma vez que a expansão da margem bruta e o crescimento dos volumes não foram suficientes para compensar os maiores investimentos em marketing”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (ALPA4), com preço-alvo de R$10,00, com potencial de ganho de 41,04%.