O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou, na noite de ontem (13), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano, encerrando a temporada para os grandes bancos.
A instituição registrou lucro líquido ajustado de R$9,5 bilhões, alta de 8,3% quando comparado com o mesmo período de 2023 e levemente acima dos R$9,4 bilhões estimados pelo consenso LSEG.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) da instituição foi de 21,1%, 0,2 ponto percentual abaixo do registrado um ano antes, enquanto sua margem financeira bruta cresceu 9,3%, para R$25,87 bilhões.
Sua carteira registrou alta de 13,0% no comparativo anual, para R$1,205 bilhão, puxada pelos segmentos de pessoa jurídica, que avançou 13,5%, e agronegócio, que creceu 13,7%.
A inadimplência, calculada através do atraso em pagamentos acima de 90 dias, avançou 0,53 ponto percentual em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, para 3,3%.
Além disso, a instituição reviu o seu guidance, com destaque para o aumento de R$3 bilhões em Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) deste ano, que passou da faixa entre R$31-R$34 bilhões para R$34-R$37 bilhões.
Para a XP, o resultado foi negativo, com o destaque ficando para a alteração em seu guidance, impactado “em grande parte devido ao segmento de agronegócios”.
“Após o fraco desempenho da inadimplência, o BB teve que revisar seu guidance para o ALLL pelo segundo trimestre consecutivo”, comentam os analistas Bernardo Guttman, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
“Embora um desempenho negativo no segmento agrícola tenha sido amplamente antecipado pelos investidores, não descartamos um possível impacto negativo em suas ações em decorrência desse resultado trimestral”.
Apesar disso, o trio manteve recomendação de “Compra” para suas ações (BBAS3), com preço-alvo de R$36,50, com potencial de ganho de 40,66% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$25,95.
Para o Bradesco BBI, o resultado também foi negativo.
“Acreditamos que o Banco do Brasil apresentou tendências desafiadoras, apesar de um lucro líquido amplamente em linha, onde destacamos a deterioração significativa na qualidade dos ativos do agronegócio, o que pressionou as despesas de provisão, e o benefício de uma menor taxa efetiva de imposto em ~5% (vs. 2T24 e BBIe de ~20%) apoiou o lucro líquido em linha”, afirmam seus analistas.
“Notavelmente, o portfólio renegociado do banco aumentou no trimestre, enquanto uma ligeira redução ocorreu no índice de cobertura”.
Pelo lado positivo, porém, o relatório destaca a melhora nas despesas operacionais, que levou, inclusive, a uma revisão do guidance, “enquanto o portfólio do Banco do Brasil continua crescendo próximo ao topo da faixa de orientação da administração em 11% YoY (vs. o guidance de 8-12%)”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (BBAS3), com preço-alvo de R$32,00, com potencial de ganho de 23,31%.