A BRF (BRFS3) divulgou, na noite de ontem (14), seu balanço referente ao segundo trimestre do ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$1,094 bilhão, revertendo prejuízo registrado um ano antes.
Seu Ebtida ajustado mais do que dobrou, atingindo R$2,621 bilhões ante R$1,006 bilhão no segundo trimestre de 2023.
Já sua receita líquida cresceu 22,3% em um ano, para R$14,93 bilhões.
“A contínua evolução da execução comercial, combinada com uma estratégia de inovação com foco em rentabilidade e investimentos em nossas marcas, permitiram à BRF entregar um forte crescimento do volume em todas as categorias em que atua no Brasil, com destaque para processados”, afirmou a companhia.
“No segmento Internacional, atingimos um Ebitda de R$ 1,5 bilhão, com margem expressiva de 21%”.
Além disso, outro destaque foi a redução da alavancagem da companhia, que passou de 1,45x dívida líquida/Ebitda para 1,14x dívida líquida/Ebitda em 12 meses.
Para a XP, o resultado foi “robusto”, com os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak destacando o segmento interncional.
“O segmento internacional (margem EBITDA ajustada de 21,0% vs. XPe de 18,5%) foi o destaque novamente, impulsionado pelo maior poder de arbitragem devido às novas habilitações e à perspectiva favorável de (oferta e demanda) O&D”, afirmaram.
“Enquanto a margem EBITDA adj. Brasil foi forte em 15,7%, os ganhos de eficiência operacional da BRF+ 2.0 foram de R$ 374 milhões, deixando ~R$ 1,0 bilhão a ser capturado ao longo do 2S24 para corresponder à indicação (não um é guidance) fornecida pelo acionista controlador nos resultados do 4T 2023”.
O trio destacou, também, a geração de fluxo de caixa livre apresentada no período, responsável por reduzir sua alavancagem para o menor patamar em 9 anos.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (BRFS3), com preço-alvo de R$21,80, 7,27% abaixo do fechamento de ontem, a R$23,51.
O time de análises do Bradesco BBI classificou os números como “fortes”.
“Como de costume com os ciclos de proteína, a direção das oscilações de margem é mais fácil de avaliar do que sua magnitude, e os resultados da BRF têm sido uma prova disso”, afirmaram.
“Também vemos os fundamentos positivos do ciclo de aves e suínos persistindo no terceiro trimestre, o que deve ser agravado pelo BRL mais fraco e provavelmente desencadeará outra rodada de atualizações de lucros”.
Apesar disso, olhando para o futuro, os analistas da instituição afirmam não conseguir projetar “onde as margens de meio de ciclo podem se estabilizar e o que isso pode implicar para as avaliações”.
Sendo assim, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$22,00, 6,42% abaixo do fechamento de ontem.
Da mesma forma, os analistas da Genial Investimentos também gostaram dos números apresentados.
Os analistas Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza destacaram a performance do segmento internacional, afirmando que o bom desempenho “foi consideravelmente impulsionado pela valorização dos preços em mercados estratégicos, pela expansão das exportações e pela conquista de novas habilitações, que somaram 57 ao longo do 1S24, fortalecendo a presença da empresa em mercados como Reino Unido, EUA e países do Sudeste Asiático”.
No segmento Brasil, o trio comentou que a companhia “apresentou um desempenho notável, evidenciado por uma significativa melhoria na rentabilidade e no volume de vendas, especialmente em produtos processados”.
“Esse crescimento foi impulsionado por uma execução comercial eficaz, que ampliou a presença da empresa no mercado brasileiro”, pontuaram.
“Além disso, a BRF conseguiu reduzir custos de produção, principalmente devido à queda nos preços dos grãos e à eficiência no mix de produtos, o que contribuiu para resultados mais sólidos”.
Sendo assim, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$27,50, com potencial de ganho de 16,97%.