A BRF (BRFS3) divulgou, na noite de ontem (13), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$1,137 bilhão, um recorde, revertendo prejuízo de R$262 milhões registrado no mesmo período de 2023.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 146,4% em um ano, para R$2,97, com sua margem Ebitda atingindo 19,1%.
Já sua receita líquida registrou alta anual de 12,4%, para R$15,5 bilhões, também um recorde.
A geração de caixa livre da BRF atingiu R$1,8 bilhão, o que levou a companhia a reduzir sua dívida líquida em 34% quando comparada com o terceiro trimestre do ano passado.
Para a XP, apesar do resultado praticamente em linha, ele é “digno de celebração”.
“No Brasil, a margem de EBITDA ajustado expandiu para 16,6% (vs. 15,7% no 2T24 e 16,1% da XPe). No segmento Internacional, o ganho contínuo através de uma melhor arbitragem de mercado levou a margem de EBITDA ajustado para 22,2% (vs. 21,0% no 2T24 e em linha com a XPe)”, afirmaram os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
“O FCFE foi mais forte do que o esperado, em R$ 1,8 bilhões (vs. XPe de R$ 1,4 bilhões) devido a menor CAPEX e menor queima de caixa de WK, e a Companhia anunciou R$ 946 milhões em IoC e uma terceira recompra de ações“.
Sendo assim, o trio manteve recomendação de “Compra” para suas ações (BRFS3), com preço-alvo de R$30,40, com potencial de ganho de 23,90% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$24,94.
O time de análises da Genial também considerou o resultado positivo, classificando-o como “ótimo”.
“Para nós foi um ótimo resultado, mais uma vez entregando números acima do consenso e de nossas expectativas. Isso evidencia o que comentamos em nossa prévia de resultados, de que havia uma dúvida que paira sob o mercado com relação a progressão de margens”, afirmam os analistas Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza.
“Muitos investidores estavam receosos de montarem posições compradas nas ações de BRF diante da performance impressionante que as ações já tiveram ao longo do ano. Se perguntando se toda a captura de eficiência e aumento de demanda já havia sido precificada. Ainda assim, havíamos comentado que nossa opinião é de que há mais por vir… E o resultado do 3T24 comprova isso”.
Com isso, eles reiteraram recomendação de “Compra” para suas ações (BRFS3), e elevaram seu preço-alvo de R$28,00 para R$29,00, com potencial de ganho de 16,28%.
Da mesma maneira, o Bradesco BBI se mostrou satisfeito com os números apresentados, destacando que foi um trimestre de “alta qualidade”.
Apesar disso, os analistas da instituição não acreditam que ele fará diferença no case da companhia.
“O equilíbrio entre crescimento de volume, margens fortes e retorno de caixa aos acionistas torna o resultado do 3T24 da BRF de alta qualidade, mas não temos certeza de até que ponto isso pode realmente fazer diferença. Embora acreditemos que o ciclo permanecerá positivo, também parece que o espaço para os resultados continuarem crescendo agora é menor”, afirmam.
“A BRF é, sem dúvida, uma empresa mais forte, mas continuamos sem visibilidade sobre onde as margens de meio de ciclo podem se estabilizar para ganhar mais confiança em uma história de transferência se o ímpeto dos lucros não for mais o mesmo de antes”.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$24,00, levemente abaixo do preço de fechamento de ontem.