A CSN (CSNA3) divulgou, na noite de ontem (12), seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$751 milhões, revertendo lucro de R$91 milhões registrado no mesmo período de 2023. O resultado foi pressionado por resultados operacionais menores e aumento nas despesas financeiras.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$2,284 bilhões, queda anual de 18,9%, com sua margem Ebitda ajustada recuando 4,6 pontos percentuais, para 19,7%.
De acordo com o comunicado, o Ebitda foi impactado negativamente pela queda nos preços do minério de ferro, que acabou compensando “um trimestre bastante forte em termos comerciais, com recordes de vendas na mineração e em cimentos, fora o crescimento de 9% nas vendas domésticas da siderurgia”.
Sua repartição de mineração (CMIN3) registrou queda anual de 62,81% em seu lucro líquido, para R$446,3 milhões, com seu Ebitda ajustado caindo 42,7%, para R$1,139 bilhão, e sua receita líquida caindo 18%, para R$3,9 bilhões.
A receita líquida total da holding (CSNA3) recuou 0,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$11,067 bilhões, com o setor de siderurgia, impulsionado por uma “sólida atividade comercial no período”, compensando parcialmente o resultado do segmento de mineração.
Para a XP, a companhia reportou “resultados mais fracos”.
Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam a publicação, destacam o desempenho fraco das operações de mineração se contrapondo aos resultados melhores do setor de siderurgia, enquanto a divisão de energia apresentou desempenho razoavel.
Além disso, eles também chamam a atenção para a alavancagem da holding, que permaneceu praticamente em linha quando comparada com o segundo trimestre deste ano, “permanecendo como uma das principais preocupações dos investidores”.
Sendo assim, o trio manteve recomendação “Neutra” para suas ações (CSNA3), com preço-alvo de R$20,00, com potencial de ganho de 80,51% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$11,08.
Da mesma maneira, eles mantiveram recomendação “Neutra” para as ações da CSN Mineração (CMIN3), com preço-alvo de R$6,00, com potencial de ganho de 8,11% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$5,55.
O Itaú BBA classificou os números apresentados como ligeiramente negativos.
Os analistas Daniel Sasson, Edgard de Souza, Marcelo Palhares e Barbara Soares destacam que o resultado abaixo do esperado para o Ebitda da companhia foi ocasionado por um desempenho de custos mais fraco na divisão de aço, o que acabou comprometendo o desempenho operacional positivo da divisão de mineração, que apresentou recorde de embarques e forte desempenho de custos.
Apesar disso, o trio pontua que o resultado da CSN Mineração (CMIN3) foi impactado pela queda nos preços do minério de ferro, que acabaram compensando os pontos positivos.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (CSNA3), com preço-alvo de R$12,00, com potencial de ganho de 8,30%.
Já o time de análises da Genial Investimentos consideraram o resultado misto, dado que, apesar do segmento de mineração ter pesado nos números apresentados pela holding, eles viram avanços em comparação ao segundo trimestre do ano passado.
Os analistas Igor Guedes, Luca VEllo, Isabelle Casaca e Iago Souza, que assinam a publicação, ponderam que a CSN Mineração tem feito o dever de casa, apresentando um “controle rigoroso de custos”.
“A companhia também priorizou a produção própria em detrimento de compras de terceiros, otimizando a estrutura de custos e fortalecendo a resiliência operacional”, afirmam.
“Essa combinação de controle de custos e aumento da produção própria ajuda a sustentar a margem, e impacta menos o resultado em um cenário de contração de preço do minério de ferro”.
Apesar disso, o trio reiterou recomendação “Neutra” para as ações da holding (CSNA3) e da CSN Mineração (CMIN3), com preços-alvo de R$12,75 e R$6,00, respectivamente, com potencial de ganho de 15,07% e 8,11%.