A Eletrobras (ELET3; ELET6) publicou ontem (6) seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$7,195 bilhões, alta de 387,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em termos ajustados, o lucro líquido da companhia foi de R$7,56 bilhões, alta de 588%.
O resultado superou, de longe, as expectativas dos especialistas, que previam lucro líquido de R$2,3 bilhões, de acordo com o consenso LSEG.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 164% em um ano, para R$11,96 bilhões, quase o dobro dos R$5,4 bilhões projetados pelos especialistas.
Já sua receita operacional líquida avançou 25,8% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, para R$11,04 bilhões.
Para a XP, o resultado foi positivo.
“De maneira geral, nossa reação aos resultados da Eletrobras é mista; enquanto o desempenho operacional e a redução nos empréstimos compulsórios foram sólidos, as vendas de energia foram decepcionantes”, afirmam os analistas Vladimir Pinto e Bruno Vidal, que assinam a publicação.
Eles destacam o avanço maior do que o esperado do Ebitda da companhia, “impulsionado principalmente pela reversão de provisões reportadas durante o trimestre e pelo resultado positivo da UHE Tucuruí. Em relação ao balanço de energia, a redução nas exposições parece ser modesta e concentrada em 2024 e 2025”.
“Além disso, houve outro desenvolvimento positivo em relação ao empréstimo compulsório, com uma redução significativa observada no trimestre”, acrescenta a dupla.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações (ELET3), com preço-alvo de R$57,00, com potencial de ganho de 54,93% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$36,79.
Para o time de análises do Safra, o resultado também foi positivo.
“Os resultados foram ajudados por alguns ganhos não recorrentes, como de costume, mas os números ajustados ainda foram bons, beneficiados por um desempenho de custo decente, novas negociações para reduzir passivos (o total de empréstimos compulsórios caiu em R$ 900 milhões no trimestre) e um novo guidance de preço”, afirmam os analistas Daniel Travitzky, Carolina Carneiro e Mario Wobeto, que assinam a publicação.
“De qualquer forma, acreditamos que o mercado continuará a focar na redução de riscos no portfólio de energia, pois a empresa ainda precisa de quantidades substanciais de energia disponível para venda a partir de 2027 em diante”.
Com relação ao novo guidance, o trio ainda acrescenta que é bom sinal.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ações, com preço-alvo de R$54,40, com potencial de ganho de 47,87%.