A Embraer (EMBR3) divulgou, na manhã desta sexta-feira (8), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido ajustado de R$1,18 bilhão, alta de 604,3% (mais de 7 vezes) o registrado no mesmo período do ano passado. O seu lucro atribuível aos acionistas mais do que triplicou, para R$991,6 milhões.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 168,3% em um ano, para R$1,976 bilhão, com sua margem Ebitda ajustada avançando 9,4 pontos percentuais, para 21,1%.
Já suas receitas somaram R$9,4 bilhões, alta anual de aproximadamente 50%.
Além disso, a companhia revisou seu guidance, com as entregas de aeronaves da Aviação Comercial passando da faixa de 72 a 80 para 70 a 73, enquanto a projeção para aeronaves de Aviação Executiva permaneceu inalterada em 125 a 135.
Para o time de análises do Bradesco BBI, o resultado foi misto.
Os analistas destacaram a queda anual da margem Ebit do segmento de aviação comercial, que recuou 5 pontos percentuais, a expansão da OGMA, que está aumentando mais rápido do que o esperado por eles, a atualização do guidance que, além da mudança nas perspectivas para aeronaves comerciais, também trouxe um aumento na projeção do fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) para contabilizar a a arbitragem da Boeing e o crédito tributário no segundo trimestre deste ano.
Sendo assim, eles mantiveram recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para suas ADRs.
Para a XP, o resultado foi “ligeiramente positivo”.
“Vemos as implicações de hoje para a Embraer como mistas, com desempenho melhor do que o esperado na Aviação Executiva compensado por uma revisão de guidance para baixo”, afirmaram os analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, que assinam a publicação.
“No futuro, embora continuemos a observar um ambiente operacional favorável (com sólidos impulsionadores de demanda reforçados durante a teleconferência da empresa), vemos as restrições de oferta como fator de limitação no curto prazo”.
Dessa maneira, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$45,00, 10,09% abaixo do preço de fechamento de ontem, a R$50,05.
Já o time de análises do Safra considerou os resultados positivos.
“A receita da empresa aumentou 31,8% YoY, graças a boas entregas”, afirmaram os analistas Luiza Mussi e Luiz Peçanha.
“Enquanto isso, a empresa relatou uma margem EBIT ajustada (excluindo os US$ 150 milhões do acordo com a Boeing) de 8,7%, (+92 pontos-base [0,92 ponto percentual] no comparativo anual, +77 pontos-base [0,77 ponto percentual] acima do consenso e +88 pontos-base [0,88 ponto percentual] acima da nossa estimativa), devido aos fortes números de Serviço e Suporte, parcialmente compensados por um desempenho medíocre de suas unidades de negócios Comercial e Defesa”.
Dessa maneira, a dupla manteve recomendação Outperform, equivalente a “Compra”, para as ADRs da companhia, negociadas em Nova York.