A Magazine Luiza (MGLU3) divulgou, na noite de ontem (8), seu balanço referente ao segundo trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$37,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$198,8 milhões registrado no mesmo período de 2023.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 62% em um ano, para R$710,7 milhões, com sua margem Ebitda ajustada crescendo 2,8 pontos percentuais, para 7,9%.
Já sua receita líquida cresceu 5,1% em comparação ao segundo trimestre de 2023, para R$9,010 bilhões.
Para o Safra, o resultado apresentado pela companhia reforça a visão positiva que seus analistas têm sobre ela, com uma melhora do seu nível de rentabilidade, enquanto a geração de fluxo de caixa foi mantida, o que, na visão de Vitor Pini, Tales Granello e Pedro Tineo, é fundamental para desbloquear o valor das ações.
Eles comentaram que, apesar da receita e do Ebitda terem vindo em linha com o projetado, o lucro líquido surpreendeu, com o trio prevendo prejuízo de R$6 milhões para o período.
Com isso, o time de análises manteve sua recomendação “Outperform”, equivalente a “Compra”, para suas ações (MGLU3), com preço-alvo de R$18,50, com potencial de ganho de 47,53% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$12,54.
A XP também gostou do que a varejista apresentou, classificando os números como “sólidos”.
Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas que assinam o relatório, destacaram a rentabilidade da companhia, “suportada principalmente pela expansão da margem bruta (+2,1p.p em relação ao ano anterior), devido à maior penetração de serviços (+0,5p.p) e à melhora na rentabilidade de mercadorias (+1,8p.p A/A, com margem bruta do 1P aumentando em 3p.p)”.
“Enquanto isso, o EBITDA Ajustado mg. aumentou 2,6p.p, uma vez que as despesas SG&A permaneceram controladas apesar do crescimento limitado da receita, enquanto a LuizaCred apresentou uma forte melhora nos resultados (lucro líquido de R$71 milhões)”, comentaram.
“Finalmente, o lucro líquido ajustado atingiu R$37 milhões (vs. -R$199 milhões no 2T23), com melhores resultados operacionais e maiores créditos fiscais, enquanto a geração de caixa atingiu R$222 milhões, excluindo a antecipação de recebíveis de terceiros (de R$1,4 bilhão)”.
Apesar disso, o trio optou por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$25,00, com potencial de ganho de 99,36%.
Da mesma forma, a Genial Investimentos também se mostrou otimista com o resultado, classificando-o como “forte”.
Os analistas Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório, destacaram a performance das lojas físicas, às quais atribuiu o título de “monstruosas”.
“O mais incrível é que as vendas em lojas físicas estão acontecendo em um mesmo momento em que a carteira de crédito da Luizacred recua 3,6% a/a e 1,2% t/t”, comentam.
“Há algum tempo já discutíamos a possibilidade de Magalu estar ganhando o share perdido pelo Grupo Casas Bahia nesse canal – dado o forte fechamento de lojas do grupo (-56 unidades LTM)”.
Outro fator que eles chamaram a atenção foi a redução da alavancagem da companhia, que passou de 5,6x no mesmo período do ano passado para 2,9x agora.
Ainda assim, a dupla destaca duas questões negativas no resultado: a necessidade de capital de giro, que para eles ainda parece alta, apesar da evolução sequencial, e a nova provisão de R$204 milhões relativa ao ICMS-DIFAL.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações, com preço-alvo de R$19,50 para os próximos 12 meses, com potencial de ganho de 55,50%.