A Marfrig (MRFG3) divulgou, na noite de ontem (13), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro líquido de R$79,1 milhões, revertendo prejuízo de R$112 milhões registrado no mesmo período de 2023.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) avançou 60,4% em um ano, para R$3,9 bilhões, com sua margem Ebitda consolidada avançando 3,07 pontos percentuais, para 10,3%.
Já sua receita líquida consolidada registrou alta anual de 12,4%, para R$37,7 bilhões.
“Esses resultados positivos reforçam a estratégia da Marfrig de diversificação geográfica e diversificação de proteína”, afirma a companhia, em comunicado.
Além disso, a companhia também anunciou a distribuição de R$2,5 bilhões em dividendos, equivalente a R$2,82 por ação. O montante será pago no dia 26 de Dezembro a todos que constarem em sua base societária no fechamento do dia 12 do mesmo mês.
Para a XP, o resultado foi sólido, “principalmente conforme o esperado, com EBITDA ajustado de R$ 956 milhões (-29% A/A, mas +7% vs. XPe), com margem da National Beef de 2,4% (vs. 2,5% da XPe) e América do Sul de 12,1% (vs. 11,1% da XPe)”.
“No curto prazo, vemos fatores negativos para ambas as unidades de negócios, com uma sazonalidade mais fraca no 4T para os EUA, juntamente com preços mais altos do gado no Brasil, enquanto Uruguai e Argentina continuam atrasados”, afirmam os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
“Após a aprovação do ‘Deal’ pelo CADE, garantindo R$ 5,7 bilhões com a venda de ativos, além de ~R$ 478 milhões do pagamento de IoC da BRF, a Companhia abordou a alocação de capital anunciando R$ 2,5 bilhões em dividendos (Dividend Yield de 18,0% – as ações serão negociadas ex-dividendos a partir de 12 de dezembro) e mantendo um programa de recompra de ações (até 9,72% do fluxo), enquanto já conduziu recompras de dívida”.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$17,40, com potencial de ganho de 11,47% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$15,61.
Para o time de análises da Genial, o resultado foi razoável, superando por pouco suas expectativas.
“Quando analisamos sobre a ótica excluindo a consolidação dos números da BRF, ainda mantemos nossa opinião que a companhia carece de catalizadores do ponto de vista fundamentalistas. Entretanto, quando analisamos os resultados consolidados, puxados pelo forte desempenho de BRF, a situação muda um pouco”, afirmam os analistas Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza.
Sendo assim, o quarteto manteve recomendação “Manter”, equivalente a “Neutra”, para suas ações, com preço-alvo de R$14,35, 8,07% abaixo do seu fechamento de ontem.
Da mesma maneira, o Bradesco BBI considerou o resultado neutro, sem grandes surpresas na frente operacional.
“Os principais impulsionadores do trimestre estavam em linha com as expectativas, com forte desempenho na América do Sul compensando parcialmente um ciclo desafiador de carne bovina nos EUA”, afirmam os analistas da instituição.
“No geral, vemos o ciclo negativo do gado nos EUA continuando a limitar o ritmo independente de desalavancagem da Marfrig e se traduzindo em múltiplos mais altos para a empresa no futuro próximo”.
Sendo assim, eles optaram por manter recomendação “Neutra” para suas ações, com preço-alvo de R$17,00, com potencial de ganho 8,90%.
Vale ressaltar que todas as análises citadas excluíram os efeitos das operações descontinuadas.