A MRV (MRVE3) divulgou, na noite de ontem (13), seu balanço referente ao terceiro trimestre deste ano.
A companhia reportou lucro lÃquido ajustado consolidado de R$17,3 milhões, revertendo resultado negativo registrado um ano antes.
Sem os ajustes, que excluem R$ 30 milhões em perdas contábeis (sem efeito no caixa) com o mecanismo de equity swap, referente à operação de recompra da ações da companhia mediante instrumento financeiro derivativo, além da marcação a mercado desses instrumentos e perda em venda de terreno, a companhia reportou prejuÃzo lÃquido consolidado de R$12,7 milhões.
Sua receita lÃquida consolidada cresceu 23,6% em um ano, para R$2,439 bilhões.
Já sua margem bruta consolidade avançou 3,1 pontos percentuais no comparativo anual, para 26,4%.
Para a XP, os resultados foram mistos.
“Apesar da melhora gradual nas margens da MRV Inc., o resultado final permanece sob pressão, desta vez afetado pelo prejuÃzo lÃquido acima do esperado da Resia, apesar das vendas de ativos”, afirmam os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton.
“Olhando para o guidance, parece provável que a MRV atenda a uma parcela significativa da evolução das métricas propostas, embora ainda vejamos um cenário incerto em relação ao indicador de alavancagem, que depende de um cenário de geração de caixa mais forte no 4º trimestre”.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação de “Compra” para suas ações (MRVE3), com preço-alvo de R$17,00, com potencial de ganho de 145,31% quando comparado com o fechamento de ontem, a R$6,93.
Para a Genial Investimentos, o resultado foi fraco, “mas sem pioras do ponto de vista operacional”.
“A receita segue em crescimento, acompanhando com certa defasagem (natural do setor) o crescimento das vendas. O maior ofensor segue sendo o nÃvel de alavancagem da companhia, que resultou no consumo de ~82% do EBIT da companhia apenas no resultado financeiro (ex-TRS)”, afirmam os analistas Luis Assis e Bernardo Noel.
“A geração de caixa no trimestre foi positiva em R$ 178m, mas quando desconsideramos a venda de recebÃveis a figura ainda é de queima de caixa. A situação operacional da companhia segue melhorando, mas os impactos financeiros ainda são insuficientes para trazer conforto de uma desalavancagem suave”.
Apesar disso, a dupla optou por manter recomendação de “Compra” para suas ações (MRVE3), com preço-alvo de R$15,00, com potencial de ganho de 116,45%.
Ainda assim, eles reiteram que a recomendação “se limita a investidores com uma capacidade de assumir riscos e prazos mais longos, dado que vemos as ações da companhia definitivamente baratas a 0,6x P/BV”.
“No entanto ressaltamos alguns riscos adicionais que nos incomodam e vêm sendo adicionados à tese de turn around, dentre eles: (i) recuperação ainda lenta, especialmente quando comparado à Tenda, por exemplo e (ii) risco de aumento nos custos de produção de imóveis no sul dos EUA (onde a Resia atua) devido à uma possÃvel mudança nas polÃticas de imigração do presidente-eleito Donald Trump”, ponderam.