O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) divulgou, na noite de ontem (18), seu balanço referente ao quarto trimestre do ano passado.
Seu prejuízo líquido mais do que triplicou em comparação ao último trimestre de 2023, passando de R$303 milhões para R$1,104 bilhão.
De acordo com a companhia, o resultado foi impactado por temas “estruturantes e excepcionais”, que somaram R$563 milhões, com os parcelamentos dos acordos tributários tendo um efeito caixa de R$186 milhões.
Apesar disso, seu CEO, Marcelo Pimentel, afirmou que o ano de 2024 foi um “sucesso”, já que este é o primeiro triênio primeiro triênio do processo de redução de custos e revisão de planos.
Seu Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 25,4% no comparativo anual, para R$498 milhões, com sua margem Ebitda atingindo 9,5%, alta de 1,4 ponto percentual e a maior já registrada desde 2020.
Já sua receita líquida cresceu 6,3% em um ano, para R$5,220 bilhões, enquanto seu endividamento recuou para R$1,391 bilhão.
Para a XP, o resultado foi misto, com a companhia apresentando “uma melhora nos resultados operacionais do 4º trimestre, embora fortemente ofuscados pelos efeitos de reestruturação e provisões mais uma vez”.
Os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam a publicação, destacam as vendas líquidas da companhia, puxadas “pelo desempenho acelerado de vendas mesmas lojas em todos os formatos” e a melhora contínua da rentabilidade.
Apesar disso, o trio manteve recomendação “Neutra” para suas ações (PCAR3), com preço-alvo de R$3,00, praticamente em linha com o fechamento de ontem, a R$2,93.
O time de análises da Genial Investimentos partilha da mesma visão, destacando o montante de “Outras Despesas”, que se consolidou quase 8,0x acima do projetado, classificado como negativo.
Apesar disso, os analistas Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam a publicação, acreditam que também tem um lado positivo para o número, indicando “um comprometimento da gestão em resolver os imbróglios do passivo contingente não provisionado”.
“Operacionalmente falando, o GPA nos surpreendeu positivamente em relação ao Same Store Sales do grupo, consolidado em 9,6%, 300bps acima de nossa estimativa”, pondera a dupla.
“Tanto a bandeira Pão de Açúcar (SSS de 10,2% a/a), quanto a bandeira Mercado Extra (SSS de 10,3% a/a) superaram a inflação alimentar em 200bps, o que nos mostra que a frequência de compra e itens na cesta vieram muito mais forte do que esperávamos”.
Eles ainda projetam que nenhuma outra empresa de varejo alimentar irá reportar um SSS “tão expressivo”.
Apesar disso, eles mantiveram recomendação “Neutra” para suas ações (PCAR3), com preço-alvo de R$3,50, com potencial de ganho de 19,45%.